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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

VITÓRIA MEDIANTE A DERROTA




VITÓRIA MEDIANTE A DERROTA









Então disse: Já não te chamarás Jacó, e, sim, Israel: pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste.
Gênesis 32:28

Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo.
Gálatas 6:14

As experiências dos homens que andaram com Deus na antigüidade concordam no ensino de que o Senhor não pode abençoar plenamente um homem enquanto não o tiver vencido. O grau de bênção desfrutada por qualquer homem corresponderá exatamente à vitória mais ou menos completa de Deus sobre ele. Este é um princípio muito negligenciado do credo cristão, não compreendido por muitos nesta era segura de si, mas é, não obstante, de vital importância para todos nós. Este princípio espiritual é bem ilustrado no Livro de Gênesis.

Jacó era aquele que ardilosamente se agarrava ao calcanhar alheio, e cuja força lhe foi fraqueza quase fatal. Durante dois terços da duração total da sua vida ele tinha levado em sua natureza alguma coisa dura e não vencida. Nem a sua gloriosa visão no deserto, nem a sua longa e amarga disciplina em Harã romperam a sua força prejudicial. Permaneceu ele no vau do Jaboque por ocasião do pôr-do-sol, perspicaz, inteligente e velho mestre de psicologia aplicada aprendida a duras penas. Não foi belo o quadro representado por ele. Era um vaso estragado desde a sua fabricação. Sua esperança estava em sua derrota. Não sabia disso ao findar-se o dia, mas ao nascer do sol já o tinha aprendido. A noite inteira ele resistiu a Deus, até que amavelmente Deus tocou-lhe na articulação da coxa e obteve triunfo sobre ele. Só depois de ter descido à humilhante derrota é que ele começou a sentir a alegria da libertação da sua força má, o deleitável prazer da vitória de Deus sobre ele. Então clamou pela bênção e se negou a deixá-lo partir enquanto esta não lhe viesse. Fora uma longa luta, mas para Deus (e por razões só dEle conhecidas). Jacó fora digno do esforço. Agora ele era outro homem; o teimoso e egocêntrico rebelde tornara-se um dócil e nobre amigo de Deus. Ele prevalecera de fato, mas por meio da fraqueza, não da força.


Somente o vencido pode conhecer a verdadeira bem-aventurança. Esta é uma filosofia válida, baseada na vida, e necessária pela constituição das coisas. Não precisamos aceitar esta verdade cegamente; as razões são discerníveis, estando entre elas estas: So¬mos seres criados e, como tais, derivados, não auto-existentes. Não nos é dado ter vida em nós mesmos. Quanto à vida somos total e continuadamente dependentes de Deus, a Origem e a Fonte da vida. Somente pela total dependência dEle é que se concretizam as potencialidades ocultas da nossa natureza. Sem isto, somos apenas meios-homens, mal formados e nada belos membros de uma nobre raça outrora feita para exibir a imagem do seu Criador.

Uma vez, nos tempos antigos, Deus declarou que o fim de toda a carne chegara perante Ele, e os séculos não trouxeram nenhum abrandamento dessa sentença. "Os que estão na carne não podem agradar a Deus. ...o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. ... o pendor da carne dá para a morte." Com palavras como estas Deus perpetuou a antiga sentença de condenação. Admitamos ou não, o golpe da morte está sobre nós, e ser-nos-á salvadora sabedoria aprendermos a confiar, não em nós mesmos, mas naquele que ressuscita os mortos. Pois, como ousar pôr a nossa confiança numa coisa tão fugidia, tão efêmera como a vida humana?
Não pode achar repouso, afirmo, o homem prudente,
naquilo que perece; tampouco inclinará
seu coração para algo que do tempo depende.

Desde quatro séculos já, estas palavras chegam a nós e, em nossos momentos de queda sabedoria, sentimos e sabemos que elas são verdadeiras. Por quê, pois, colocamos a nossa confiança nas coisas que perecem e, portanto, nos tornamos as simplórias vítimas do tempo e os detestáveis vilões da mudança? Quem envenenou a nossa taça e nos transformou em rebeldes? Aquela antiga serpente, o diabo, foi quem primeiro nos seduziu para aquela temerária declaração de independência, declaração que, em vista das circunstâncias, é ao mesmo tempo tremendamente cômica e profundamente trágica. Pois o nosso inimigo só pode rir da incrível vaidade que nos levaria a medir forças com o Onipotente; essa é a comédia cínica de tudo isso; a tragédia goteja com cada lágrima e se aflige ao lado de cada túmulo.

Um pouco de familiaridade com os nossos corações nos forçará a reconhecer que não há esperança dentro de nós, e o mais breve olhar ao redor haveria de mostrar-nos que não temos por que esperar socorro de fora. A própria natureza nos ensinará que (Deus à parte) não passamos de órfãos da criação, meninos perdidos nos vastos espaços, apanhados em desamparo pela voragem de forças demasiado grandes para serem compreendidas. Por este mundo fora, ruge um invisível e imenso poder que deixa em sua esteira gerações, cidades, civilizações. A terra, nosso passageiro lar, somente nos oferece por fim um sepulcro. Nada nos resta de seguro, de amável. No Senhor há misericórdia, mas no mundo não há nenhuma, pois a natureza e a vida avançam como que inconscientes do bem e do mal, da tristeza e da dor humanas.

Foi para livrar Jacó da enganosa esperança, que Deus se con¬frontou com ele aquela noite às margens do rio. Para livrá-lo da autoconfiança foi necessário que Deus o derrotasse, que arrebatasse dele o controle, que exercesse o Seu grande poder e o dirigisse com cordas de amor. Charles Wesley, o suave cantor da Inglaterra, com penetração espiritual rara mesmo entre os cristãos adiantados, escreveu da boca de Jacó o que concebeu que seria a sua oração enquanto lutava com Deus no vau do Jaboque:

Vai-se-me a força, a minha natureza morre;
sucumbo embaixo da Tua poderosa mão;
p'ra reviver feneço, e caio para erguer-me:
Eu caio e, entretanto, pela fé estou firme.
Sim, firme estou, e não
Te deixarei partir até Teu Nome e Tua natureza saber.
Aleijado eu estou, porém capturo a presa;
pecado, inferno e terra, fácil os domino;
a saltitar de gozo, sigo o meu caminho
e para o lar eu vôo, como um ágil cervo,
para provar por toda a imensa eternidade que o
Teu'Nome é amor, e amor Tua Natureza.
Faremos bem em rogar a Deus que nos invada e nos conquiste pois, enquanto não o fizermos, ficaremos em perigo de mil inimigos. Trazemos dentro de nós as sementes da nossa própria desintegração. A nossa imprudência moral nos põe sempre em perigo de autodestruição acidental ou negligente. A força da nossa carne é um perigo para as nossas almas, perigo presente sempre. A libertação somente pode vir-nos pela derrota da nossa antiga vida. A segurança e a paz só nos podem vir depois de nos termos forçado sobre os nossos joelhos. Deus nos resgata rompendo-nos, despedaçando a nossa força e eliminando a nossa resistência. Então Ele invade a nossa natureza com aquela antiga e eterna vida que desde o princípio existe. Assim Ele nos vence e com essa benigna vitória nos salva para Si.

Com este segredo exposto aguardando fácil descobrimento, por que será que em quase todas as nossas buliçosas atividades trabalhamos noutra direção e não nesta? Por que edificamos as nossas igrejas sobre a carne humana? Por que valorizamos tanto aquilo que Deus de há muito repudiou, e desprezamos aquelas coisas que Deus tem em tão alta estima? Pois ensinamos os homens, não a morrer com Cristo, mas a viver na força da sua humanidade agonizante. Jactamo-nos, não em nossa fraqueza, mas em nossa força. Valores que Cristo declarou falsos são trazidos de volta para debaixo do favor evangélico e promovidos como sendo a própria vida e substância do caminho cristão. Com que avidez buscamos a aprovação deste ou daquele homem de reputação secular. Quão vergonhosamente exploramos a celebridade convertida. Qualquer pessoa afastará a censura de obscuridade dos nossos líderes famintos de publicidade: atletas famosos, membros do congresso, viajantes internacionais, ricos industriais; diante deles nos inclinamos com obsequiosos sorrisos e os honramos em nossas reuniões públicas e em nossa imprensa religiosa. Assim glorificamos homens para realçar a posição da igreja de Deus, e a glória do Príncipe da Vida é deixada a depender da transitória fama de um homem que sem falta morrerá.

É espantoso que nos proclamemos seguidores de Cristo e, contudo, tomemos tão superficialmente as palavras dos Seus servos. Pois como poderíamos agir como agimos, se levássemos a sério a admoestação de Tiago, o servo de Deus: "Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos, em trajes de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso, e tratardes com deferência o que tem os trajes de luxo e lhe disserdes: Tu, assenta-te aqui em lugar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica ali em pé, ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés, não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos tornastes juízes tomados de perversos pensamentos? Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prome¬teu aos que o amam?"

Paulo via estas coisas sob outra luz, que não a daqueles homens a quem Tiago faz a sua reclamação. "Pela cruz", diz ele, "estou crucificado para o mundo". A cruz em que Jesus morreu veio a ser também a cruz em que o Seu apóstolo morreu. A perda, a rejeição, a vergonha, pertencem tanto a Cristo como a todos os que real e verdadeiramente são de Cristo. A cruz que os salva também os mata, e qualquer coisa abaixo disso é uma pseudo fé, não uma fé verdadeira, de modo nenhum. Mas o que havemos de dizer quando a grande maioria dos nossos líderes conservadores não andam como crucificados, mas como os que aceitam o mundo com o seu próprio valor — rejeitando apenas os seus elementos mais gros¬seiros? Como podemos encarar Aquele que foi crucificado e morto, quando vemos os Seus seguidores aceitos e louvados? Todavia, eles pregam a cruz e protestam em alta voz que são crentes verdadeiros. Haverá, então, duas cruzes? E será que Paulo quis dizer uma coisa e eles outra? Temo que é assim, que existem duas cruzes, a antiga e a nova.

Lembrando-me das minhas próprias imperfeições, quero pensar e falar com amor cristão de todos aqueles que levam sobre si o precioso Nome pelo qual nós cristãos somos chamados. Mas, se enxergo bem, a cruz do evangelismo popular não é a cruz do Novo Testamento. É, ao contrário, um novo e brilhante ornamento do seio de um cristianismo autoconfiante e carnal cujas mãos são, de fato, as mãos de Abel, mas cuja voz é de Caim. A antiga cruz matava os homens; a nova os entretém. A antiga cruz os condenava; a nova os diverte. A antiga cruz destruía a confiança na carne; a nova a estimula. A antiga cruz produzia lágrimas e sangue; a nova produz riso. A carne, sorridente e confiante, prega e canta acerca da cruz; diante dessa cruz ela se inclina e para essa cruz aponta com esmerado e teatral dramatismo — mas nessa cruz a carne não morrerá, e o opróbrio dessa cruz, obstinadamente, se nega a levar sobre si.

Bem sei quantos argumentos lisonjeiros podem ser manipulados em apoio da nova cruz. Não é verdade que a nova cruz ganha conversos e faz muitos seguidores e. assim, leva a vantagem do sucesso numérico? Não devemos ajustar-nos aos tempos que mudam? Não ouvimos o lema, "Novos dias, novos métodos"? E quem, exceto alguém muito velho e muito conservador, insistiria na morte como o meio indicado para a vida? E quem hoje está interessado num melancólico misticismo que sentenciaria sua carne a uma cruz e recomendaria a humildade que apaga o ego, como uma virtude que os cristãos modernos devem praticar realmente? Estes são os argumentos que, ao lado de muitos outros mais verbosos ainda, são apresentados para dar uma aparência de sabedoria à cruz oca e sem sentido do cristianismo popular.

Sem dúvida há muitos cujos olhos estão abertos para a tragédia do nosso tempo, mas, por que ficam eles tão silenciosos quando há tão dolorosa necessidade do seu testemunho? Em nome de Cristo os homens têm esvaziado a cruz de Cristo. "Alarido dos que cantam é o que ouço." Os homens modelaram com buril uma cruz de ouro e diante dela se assentam para comer e beber e se levantam para divertir-se. Em sua cegueira, substituíram a ação do poder de Deus pela obra de suas humanas mãos. Talvez a nossa maior necessidade atual seja a vinda de um profeta que quebre as pedras aos pés do monte e convoque a igreja para o arrependimento ou o juízo.

Diante de todos os que desejam seguir Cristo, o caminho é claro. É o caminho da morte para a vida. Sempre a vida está logo além da morte e acena para o homem que está farto de si mesmo para que venha e conheça a vida mais abundante. Mas para alcançar a nova vida ele deve passar pelo vale da sombra da morte, e eu sei que ao som destas palavras muitos darão as costas e não mais seguirão a Cristo. Para quem iremos, porém? "Tu tens as palavras da vida eterna."

"Pode ser que haja alguns seguidores bem intencionados que voltem atrás porque não aceitam a morbidez que parece associar-se à idéia da cruz. São amantes do sol e acham duro demais pensar em viver somente nas sombras. Não querem habitar com a morte nem viver sempre numa atmosfera de morte. E o instinto deles não falha. A igreja tem exagerado muitíssimo nas cenas dos leitos de morte, nos cemitérios paroquiais e nos funerais. O cheiro bolorento das igrejas, o lento e solene passo do ministro, o sopitado silêncio dos adoradores e o fato de que muitos entram num templo somente para prestar sua última homenagem aos mortos, tudo fortalece a noção de que a religião é algo que deve ser temido e que, como uma operação grave, deve ser suportado só porque fomos apanhados numa crise e não ousamos evitá-lo. Nada disso é a religião da cruz; é, ao contrário, uma paródia dela. O cristianismo de cemitério paroquial, conquanto nem remotamente relacionado com a doutrina da cruz, talvez possa ser culpado do aparecimento da nova e alegre cruz de hoje em dia. Os homens anelam a vida, mas quando se lhes diz que a vida vem pela cruz, não podem entender como pode ser isso, pois aprenderam a associar com a cruz imagens típicas como placas memoriais, naves com pouca iluminação, e hera. Assim, re¬jeitam a verdadeira mensagem da cruz e com essa mensagem rejei¬tam a única esperança de vida conhecida dos filhos dos homens.

A verdade é que Deus nunca planejou que os Seus filhos vivessem para sempre estendidos numa cruz. Cristo mesmo suportou a Sua cruz durante apenas seis horas. Quando a cruz acabou de realizar a sua obra, a vida entrou e dominou. "Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome." A Sua jubilosa ressurreição veio logo em seguida à Sua triste crucifixão. Mas o primeiro tinha que vir antes do segundo. A vida que pára aquém da cruz é apenas algo fugidio e condenado, destinado a perder-se a ponto de não poder recuperar-se. A vida que vai até à cruz e ali se perde para então ressurgir com Cristo é um tesouro divino e imperecível. Sobre ela a morte não mais tem domínio. Todo aquele que se recusa a levar sua antiga vida à cruz está apenas tentando enganar a morte e, não importa quão ardua¬mente lute contra ela, não obstante está fadado a perder sua vida afinal. O homem que toma a sua cruz e segue a Cristo, logo verá que a sua direção é para longe do sepulcro. A morte está por trás dele, e uma jubilosa e crescente vida está adiante. Os seus dias serão assinalados daí por diante, não pela obscuridade eclesiástica, pelo cemitério de igreja, pela entonação afetada, pela vestimenta negra (coisas que não passam de mortalhas de uma igreja morta), mas pela "alegria indizível e cheia de glória".

A fé real sempre deve significar mais que aceitação passiva. Atreve-se a significar nada menos que a sujeição da nossa condenada vida adâmica a um misericordioso fim na cruz. Isto é, recebemos a justa sentença de Deus contra a nossa carne má e admitimos o Seu direito de dar fim à sua carreira insossa. Consideramo-nos como crucificados com Cristo e como ressuscitados para uma novidade de vida. Onde houver tal fé, Deus sempre agirá de acordo com o que esperamos. Aí começa a divina conquista das nossas vidas. Deus realiza isto por meio de uma efetiva captura, uma invasão das nossas naturezas, contundente mas impulsionada pelo amor. Quando Ele domina a nossa resistência, prende-nos com cordas de amor e nos atrai a Si. Ali, "desvanecidos com a Sua amabilidade", jazemos vencidos e damos graças e mais graças a Deus pela bendita conquista. Ali, com a sanidade moral restabelecida, levantamos os olhos e bendizemos o Deus Altíssimo. Então partimos, pela fé, para cativar aquilo para que fomos primeiro cativados por Deus.
"Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas cousas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos peque¬ninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado."
A.W.TOZER(A conquista divina)

















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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O velho"EU"...

O velho"EU" em você e em mim foi judicialmente crucificado com Cristo. 'Você morreu' e a sua morte data da morte de Cristo.'O velho'homem', o velho 'EGO', na estimativa divina, foi levado à cruz com cristo e crucificado, levado à sepultura com cristo e sepultado.



A certeza do livramento da esfera da 'carne'e do destronamento do 'velho homem' repousa sobre a percepção e aceitação desse fato da co-crucificação" ( R. Paxson)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Jesus Cristo a única dádiva de Deus

Jesus Cristo a única dádiva de Deus para nós.







por isso:






Jesus Cristo crucificado, minha morte;


Jesus Cristo ressucitado, minha vida.






...tão-somente creia". (Marcos 5:36 )












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domingo, 17 de outubro de 2010

PENSAMENTOS

Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê,mas, sim, em si mesmo - AGOSTINHO.











A fé cristã é baseada na revelação de Deus.É diferente de todas as demais religiões que são obtidas por meditações,conjecturas e pesquisas. Creio que a bíblia é a revelação de Deus para nós. Em outras palavras, ela é a sua palavra falada para nós, e Deus não nos deu religião de desencargo de conciência de fim de semana, ele nos deu o seu único Filho para todo aquele que n'Ele crer tenham a vida eterna .


Deus, a bíblia e Jesus Cristo constitui a base da minha fé.


























Cuidado para que nenhum homem te corrompa por filosofias e mentiras que não levam a parte alguma, por tradições e normas humanas que não vem de Cristo. - (Paulo de Tarso)


















A graça de Deus é Cristo, e a graça de Deus, em Jesus Cristo, nos é suficiente. Se Cristo é tudo e em todos, ele é a suficiência divina suprindo a deficiência humana. Toda a suficiência onipotente de Deus encontra-se provendo, em Cristo, toda a necessidade humana.






















Em Cristo a nossa experiência é mediante a fé segura nos fundamentos da Palavra de Deus. não podemos unir-nos a Cristo porque o sentimos, mas porque Deus o disse, e precisamos crer em sua palavra mesmo quando não a entendemos. a verdade de Deus é o alicerce de toda experiência sólida. os homens, para serem verdadeiramente ganhos, precisam ser ganhos pela verdade. e a verdade da Bíblia é esta: fiel é esta palavra: se já morremos com Ele, também viveremos com Ele. 2Timóteo 2:11. cremos, como diz a escritura, e descansamos na graça soberana da verdade de Deus, com a mesma ênfase , a verdade é sempre forte, não importa quão fraca pareça, e a falsidade é sempre fraca, não importa quão forte pareça.
a verdade das escrituras mostra que temos a nossa salvação completa na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. A FÉ SALVADORA NÃO É A CONCORDÂNCIA COM UM LIDER,COMUNIDADE,IGREJA OU RELIGIÃO, mas a entrega total a uma Pessoa(NÃO MAIS EU,MAS ELE). se alguém está em Cristo é uma nova criatura, as coisas velhas já passaram, eis que tudo foi feito novo. 2coríntios 5:17.






“quanto a mim, continuarei a defender o antigo evangelho, não posso fazer outra coisa. se Deus me ajudar, suportarei as conseqüências do que os homens julgam ser obstinação.”


(c. h.spurgeon)






"quem não teve atribulações para suportar, é porque não começou a ser cristão para valer." [ agostinho de hipona ]














Sola Christo et Sola Gratia






Ser Feliz !? Só em Cristo Jesus


Sem Ele, não há Paz. Podem até existir momentos de alegria...


Realizações alcançadas, sonhos vividos...


Mas, sem Ele, Jesus, não há Paz. Não é ausência de lutas.


Não é fingir que as dificuldades não existem.


É paz em meio às lutas. É segurança em meio às dificuldades.


É consolo em meio às tribulações.


Sem Ele, os momentos podem ser alegres,


Mas esta alegria dependerá sempre de estímulos, fatores externos.


Com Ele, os momentos podem nem sempre ser alegres,


Mas a paz permanecerá, pois Ele é fonte inesgotável de paz,


Da verdadeira paz. Ele é o Príncipe da Paz.


O Senhor te abençoe e te guarde...










A vida egoísta, cuja circunferência e centro é o próprio eu, é uma vida inútil e isolada; somente na morte do eu com Cristo, a vida pode ter como circunferência e centro, a vida de Cristo. "Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado


com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim." (Gálatas 2:19-20").


Na morte com Cristo perdemos a nossa vida egoísta, e na sua ressurreição ganhamos a sua própria vida. A cruz é o grande centro do universo moral divino! Deus sempre apontou para esse centro, e os olhos da fé sempre o aguardaram, até que veio o Salvador. E agora, precisamos sempre nos voltar para essa cruz como o centro de todas as nossas bênçãos e a base de toda a nossa adoração, tanto na terra como no céu, no presente e por toda

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

E A PEDRO

E A PEDRO



Leitura Bíblica: Mc 16:7
O Evangelho de Marcos registra que, após a ressurreição do Senhor, um anjo disse a algumas mulheres para contar aos discípulos do Senhor e a Pedro o que acontecera. Oh! "E a Pedro". Isso enche os nossos olhos de lágrimas. Por que ele não disse: "Dizei a Seus discípulos e a João?" (João era o amado do Senhor). Por que não disse: "Dizei a Seus discípulos e a Tomé?" (Tomé duvidou da ressurreição do Senhor). O anjo não mencionou os melhores discípulos ou os mais necessitados, mas especificamente Pedro. Por que isso? Havia algo em Pedro que era tão diferente dos demais?
Pedro cometera um grande pecado três dias antes desse evento — tão grande pecado que impede o Senhor de confessá-lo diante dos anjos de Deus (Lc 12:9). Pedro não confessou o Senhor diante dos homens, nem mesmo diante de uma humilde criada. Mas o Senhor queria que alguns fossem dizer a Seus discípulos e a Pedro sobre a Sua ressurreição. "E a Pedro" — quão profundo é o significado dessas palavras!
Se alguns irmãos e irmãs tivessem tais experiências como as de Pedro, pensariam: "Oh! Eu sou Pedro. Eu já caí. O que cometi não é um pecado comum. Receio que nunca mais poderei me aproximar do Senhor. Temo que o Senhor já me abandonou e, de agora em diante, toda vez que Ele tiver alguma tarefa importante nunca mais encarregará a mim de fazê-la. Nunca mais serei capaz de ter experiências especiais como aquela que tive com o Senhor no monte da transfiguração. Não mais poderei ser o companheiro do Senhor no jardim do Getsêmani. Quando confessei o desejo de morrer pelo Senhor, Ele disse: "Antes que duas vezes cante o galo, tu Me negarás três vezes". Naquele instante, pensei que o Senhor tivesse me entendido mal. Quando Ele foi preso, cortei a orelha de um homem com a espada, e pensei que podia amar o Senhor corajosamente. Quem teria imaginado que até mesmo eu pudesse tropeçar! Não tropecei perante um grande sumo sacerdote, alguém com grande autoridade; nem mesmo caí perante Pilatos que tinha muito poder. Mas caí justamente diante de uma pergunta feita por uma criada! Neguei o Senhor uma vez, em seguida, mais uma vez e finalmente até comecei a praguejar e a jurar negando o Senhor".
"Uma vez confessei que Ele era o Cristo e que Ele era o Filho de Deus. Eu Lhe disse: ‘Tu tens a vida eterna. A quem mais iremos nós?’ Entretanto, justamente quando vi o Senhor prestes a ser crucificado, caí. Cometi o maior pecado: negá-Lo. Embora eu tenha chorado e me arrependido, não sei como o Senhor se sentiu a meu respeito. Naquele dia, quando eu O neguei, teria sido melhor se Ele não o soubesse. No entanto, exatamente quando eu O neguei, Ele se virou e olhou para mim; isso indicava que Ele já o sabia! Que farei agora? Nunca mais me atreverei a ir até Ele. Embora Ele me ame, não ouso me aproximar Dele, pois há um pecado que nos separa. Provavelmente, nunca mais poderei me aproximar Dele".
"Mas o Senhor ressuscitou. Algumas mulheres trouxeram a mensagem e Ele clara e especificamente mencionou que dissessem-na a mim. Oh! mesmo tendo negado o Senhor por três vezes, Ele não me abandonou! Ele não me odiou nem ficou furioso comigo. O que o Seu coração deseja é a minha pessoa. Ele não mencionou ninguém mais em particular; somente a mim em especial, como se eu fosse o único em Sua lembrança. 'E a Pedro! E a Pedro!' — essa é na verdade a música mais aprazível no mundo, a mais maravilhosa e boa nova! Se o Senhor  tivesse  pedido   às  mulheres  que dissessem apenas aos discípulos, teria pensado que alguém como eu não era digno de ser Seu discípulo, e teria deixado de sê-lo. Não teria ousadia de ir vê-Lo. Mas o Senhor disse: 'E a Pedro'. Isso mostrou-me que Ele ainda me queria. Apesar de não ter forças para ir vê-Lo, 'E a Pedro' encorajou-me a ir. A mensagem trazida pelas mulheres era verdadeira. O Senhor fez o anjo mencionar especificamente o meu nome. Ele não me havia abandonado. Ainda posso achegar-me a Ele. Levantar-me-ei e irei vê-Lo!"
Oh! este era um Pedro que caíra, um Pedro que pecara e um Pedro que negara o Senhor; no entanto, o Senhor ainda o men­cionou especificamente. Este é o evangelho! Irmão, você sabia que uma vez que o Senhor o salvou, Ele o salvará até o fim? Ainda que você esteja desencorajado, o Senhor jamais estará desencorajado. Apesar de você pecar e se sentir desconcertado de voltar a Ele, do lado Dele, no entanto, não há qualquer razão para não voltar.
Por que você insiste em lembrar da sua falha, sendo que o Senhor já não se importa com ela? O Senhor tirará o véu da sua face hoje, então você não terá mais medo Dele, nem hesitará em se aproximar Dele.
É provável que Pedro ainda se lembrasse de que certa vez disse ao Senhor: "Ainda que todos venham a tropeçar por Tua causa, eu jamais tropeçarei" (Mt 26:33). Pode ser que também se lembrasse que, junto ao lago de Genesaré, quando vira a glória do Senhor, dissera: "retira-te de mim, Senhor, porque sou homem pecador" (Lc 5:8). Agora, porém, conheceu a sua condição e como ousaria ver o Senhor? Era possível que continuasse a se lembrar do pedido do Senhor: "Assim, não fostes capazes de vigiar Comigo nem por uma hora?". Em seus ouvidos possivelmente ainda permanecia o mandamento do Senhor: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação" (Mt 26:40-41). De qualquer modo, a sua condição estava longe da exigência do Senhor. Como ele ousaria ver o Senhor hoje? Todavia, ele foi ver o Senhor. Por causa da palavra "e a Pedro" ele teve ousadia de ir vê-Lo. Irmão, se você conhecesse a intenção da palavra "e a Pedro", poderia ainda permanecer longe Dele e não se voltar a Ele? Se você conhecesse o significado profundo da palavra "e a Pedro", não haveria outra coisa a fazer, senão aproximar-se do Senhor.
Qual livro entre os quatro Evangelhos registrou o evento dessa forma? Somente o Evangelho de Marcos. Marcos era um jovem; ele seguiu a Pedro e aprendeu muito dele. Podemos dizer que o Evangelho de Marcos foi ditado por Pedro e escrito por Marcos. A sentença "dizei aos Seus discípulos e a Pedro", foi especialmente registrada por Pedro. Esta palavra pode não ser tão importante para outros, mas era extremamente importante no coração de Pedro. Quando o Espírito Santo escreveu a Bíblia, Ele especialmente mostrou-nos que as poucas palavras que pareciam ser insignificantes para Mateus, Lucas e João, eram inesquecíveis para Pedro, quem narrou o Evangelho de Marcos. "E a Pedro" tinha um significado especial para ele. Em todo tempo, a recordação dessas palavras era doce. A palavra da graça é especialmente memorável para aquele que a recebeu.
Irmãos e irmãs, quando nos lembramos do Senhor no partir do pão, há alguém cujo coração ainda está com medo de Deus? Ou há algum pecado que separa você de Deus? Já choramos amargamente, arrependemo-nos e confessamos aquilo que fizemos que não era digno do Senhor. Agora, ousamos dizer ao Senhor: "Senhor, eu me achego a Ti?" Apenas considere: Por amar você, Ele voluntariamente foi à cruz; agora Ele deixaria de amá-lo apenas porque você falhou, tropeçou e caiu? Teria o Seu amor, com que amou você na cruz, então diminuído? Hoje é fácil para você não amá-Lo, não se aproximar Dele nem voltar a Ele, mas é impossível para Ele não amar você, esquecê-lo ou abandoná-lo.
Três dias após a morte do Senhor, Pedro estava calado porque tropeçara, mas o Senhor não o esqueceu. Assim, se você não tiver forças para ir diante do Senhor, tenha apenas o desejo de crer em Sua palavra. Ele poderá dar-lhe forças para ir até Ele. Se você tropeçou, Ele poderá levantá-lo. Embora pareça que nunca mais poderá se aproximar do Senhor novamente, se você puder, na fé, se lembrar da palavra "e a Pedro", você será capaz de se aproximar Dele. Quando queremos nos aproximar do Senhor, ainda que pareça haver uma grande distância, e sintamos que não temos forças para ir até Ele, devemos nos lembrar da palavra "e a Pedro". Era de Pedro, que tropeçara, que o Senhor se lembrou mais. Apesar de Pedro não ousar vir até o Senhor, o coração do Senhor o atraiu, levando-o a não ousar esconder-se do Senhor. Não entendamos mal o coração do Senhor hoje. Você pode ouvir uma voz dizendo: "e a Pedro". Saiba que o Senhor não o abandonou. O Senhor não abandonou a Pedro, tampouco o Senhor abandonou você: "e a Pedro" também significa "e a você" - você que falhou como Pedro! Que todos nós vejamos o coração do Senhor para conosco. Se vir o coração do Senhor, você nada fará senão correr para Ele!


 Compilado do livro Doze Cestos Cheios (volume 1) de Watchman Nee, publicado pela Editora Arvore da Vida.





















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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

NÓS EM CRISTO E CRISTO EM NÓS




Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós. João 14:20.
A vida cristã pode ser explicada a partir de duas expressões ancoradas semanticamente na preposição em – Nós em Cristo e Cristo em nós. Assim que,Deissman, um estudioso da Bíblia, disse que, possivelmente, toda a experiência cristã pode estar representada nas preposições e nas locuções prepositivas. No grego, as preposições “em” e “com” são exemplificadas nos seguintes enunciados: E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; Nós somos co-herdeiros com Cristo; se sofrermos com Ele, com Ele seremos glorificados.
Quanto ao emprego da preposição “em”, é de fundamental importância observar, inicialmente, o duplo movimento que esta partícula evidencia nas expressões: em Cristo e Cristo em nós. O fundamento dos significados contidos nestas expressões nos foi dado pelo nosso Senhor Jesus: permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. João 15:4. Nesta afirmação encontramos a chave preciosa que descortina a base bíblica para todos os aspectos da vida cristã.
O apóstolo Paulo definiu o cristão como aquele que está em Cristo: Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe). II Coríntios 12:2. Portanto, a verdade que Paulo declara é que: a vida cristã nada mais é do que, a vida de um homem “em Cristo”.
Em relação ao uso da preposição “com” - apontando significativamente para a nossa “união com Cristo” - podemos constatar que a Bíblia revela esta verdade na atração que ELE mesmo exerceu ao ser levantado da terra, naquela Cruz: E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. João 12:32. É absolutamente necessário dizer que, a experiência da união com Cristo, em Seu corpo, naquela cruz é efetivada na vida daqueles que crêem.
Naquela atração fomos identificados com Cristo na Sua morte e na Sua ressurreição. A revelação dessa verdade, no coração do homem, resulta de uma experiência pessoal com Cristo, dando inicio à sua nova vida em Cristo. A “vida” de qualquer pessoa inicia quando “nasce” para o mundo. Semelhantemente, a vida cristã começa com o novo nascimento em Cristo.
Todos os que nascem neste mundo, nascem espiritualmente mortos, desprovidos da presença de Deus no seu íntimo. Mas, Deus pelo seu grande amor veio ao nosso encontro, conquistando-nos para Si mesmo. Somos quebrados, “lançados por terra”, regenerados e, nos entregamos aos seus cuidados. É assim que somos salvos e passamos a ter união com Cristo.
Identificados com ELE na Sua morte e ressurreição podemos andar em novidade de vida: De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Romanos 6:4.
A união com Cristo nos fez participantes de Sua morte e também da Sua ressurreição. Nele, morremos para o pecado. Nele fomos feitos justiça, santificação e redenção. Nele ressuscitamos e estamos assentados nos lugares celestiais. Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção. I Coríntios 1:30.
Estes dois movimentos caracterizados pelas expressões, nós em Cristo e Cristo em nós, também nos falam de um profundo relacionamento com Deus. Esse é o clímax da nossa experiência de intimidade com Cristo, que é a única norma para se viver a vida cristã significativa. É uma intimidade profunda e viva. União com Cristo indica um encontro vivo e o andar com Deus “dia” e “noite”
. O primeiro movimento - nós em Cristo - significa que Deus nos aceitou incondicionalmente, isto é, sem qualquer mérito de nossa parte. Nós não fizemos nada para sermos incluídos em Cristo. A nossa “contribuição” ou participação nessa união foi com o pecado.
Nós em Cristo: significa que Deus nos fez agradáveis a Si no Amado: Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado. Efésios 1:6. A palavra grega para agradável é éxarítosen, que tem como raiz a mesma palavra do grego xáris, que significa um dom dado livre e graciosamente. Então, se você está em Cristo, Deus está plenamente satisfeito com você.
.Nós simplesmente nos tornamos agradáveis a Deus pelo fato de estarmos em Cristo, e não porque fizemos ou deixamos de fazer algo. O Único fundamento seguro, que nos mantém conscientes da nossa aceitabilidade ou agradabilidade diante de Deus está no fato de estarmos em Cristo.
Não caia na tentação de pensar assim: Hoje foi um dia maravilhoso, li a Bíblia, orei e preguei, por isso, Deus se agradou de mim e me sinto muito bem diante Dele! Ou então: hoje foi um dia péssimo, não orei, não li a Bíblia, não evangelizei, por isso, eu sinto que desagradei a Deus. Então, qual dos dois sentimentos é verdadeiro? A resposta é: NENHUM. Deus nos tornou agradáveis a Si por estarmos em Cristo.
Deus Pai ficou plenamente satisfeito com seu Filho e isto está revelado nestas palavras: E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o. Mateus 17:5. E, por que nós não estamos satisfeitos com Jesus? Mas, você pode perguntar: em que momento eu demonstro que não estou satisfeito com Ele? No momento em que você acha que se ler mais a Bíblia, orar mais e participar mais das reuniões, se torna MAIS agradável a Deus. Ou então, quando você pensa em agregar qualquer outro elemento “religioso” na tentativa de se tornar mais agradável a Deus. Que Deus nos dê espírito de sabedoria e revelação para compreendermos que “Deus nos fez agradáveis a Si mesmo, pelo fato de estarmos em Cristo.”.
Deus ficou plenamente satisfeito com o que o nosso Senhor Jesus realizou naquela cruz. A resposta de Deus Pai ao brado de Jesus naquela cruz, “está consumado” foi ressuscitá-Lo. Não há outro fundamento sobre qual os filhos de Deus podem descansar em completa segurança, a não ser no que Deus fez por nós em Cristo.
Quando dizemos que estamos em Cristo, isto significa que Jesus pagou toda a nossa dívida: Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. Em Adão, tudo se perdeu. Dele nós herdamos a morte e o escrito de dívida. Em Cristo, toda a nossa dívida foi paga.
O segundo movimento está relacionado à expressão Cristo em nós. Isto significa que em nós reside todo o poder de Cristo e que, por este mesmo poder, podemos ser transformados à imagem de Cristo porque, Cristo está em nós, e nós em Cristo. Essa é a esperança da glória. Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória. Colossenses 1:27. Cristo em nós é ter Cristo dentro de nós. Isto significa que não temos que nos conduzir porque Ele é quem nos conduz.
Cristo vivendo em nós é a suma e a soma de toda experiência cristã: Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. Este texto fala da experiência, nele se resume toda a vida cristã. Esta revelação nos mostra que, em nosso interior, não cabem Cristo e nós, mas somente Cristo.
A experiência de que precisamos é a cruz. Podemos afirmar que todo o fundamento da vida crista é: Não mais eu, mas Cristo vive em mim. Isto significa que, antes o eu vivia em mim, mas agora não mais eu, mas Cristo vive em mim. Antes do novo nascimento, nós vivíamos em torno de nós mesmo, mas agora estamos crucificados com Cristo e Cristo é o centro do nosso viver.
Podemos exemplificar este fato através da experiência de santo Agostinho. Agostinho era professor de filosofia em uma faculdade. Ele foi um dos jovens mais devassos de seu tempo. Envolveu-se com toda espécie de pecados que se possa imaginar. Um dia Deus o alcançou dando-lhe um novo viver. Certa vez, quando caminhava pelas ruas da cidade e, ao ser procurado por uma mulher que imediatamente o reconheceu, disse: “Olá, Agostinho, sou eu!”, ao que lhe respondeu: “Sim, mas eu já não sou eu” e confessou o texto: Eu estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.
Este foi o segredo para a sua vitória sobre a tentação - Cristo em Agostinho. Este é o segredo da nossa vitória - “Cristo em nós”. Esta deve ser a norma da nossa experiência cristã. Martinho Lutero um dia apontou para seu coração e disse: Lutero não mora mais aqui, ele já se mudou; agora Cristo vive aqui. Essa é a vida cristã. Essa é a vida cristã normal: Não eu, mas Cristo vive em mim.
Quando, pela revelação da palavra de Deus, dizemos que estamos em Cristo, isso significa que tudo o que é Dele é nosso e, quando dizemos que Cristo vive em nós, isto significa que tudo o que somos e temos é Dele. Amém


Humberto Xavier Rodrigues

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A PALAVRA É JESUS

É na Bíblia que se encontra a mensagem divina para a Humanidade, mas essa mensagem é o Cristo de Deus, o Messias, Aquele que as Sagradas Escrituras põem em evidência. De facto, Ele é o personagem central da Bíblia. O Antigo Testamento consiste numa introdução à revelação histórica do Filho de Deus. E, no Novo Testamento, a partir de Actos dos Apóstolos, encontramos a projecção do Cristo.
No centro, nos evangelhos, temos a grande manifestação do Verbo eterno que é a Palavra viva do próprio Deus. Ele é, pois, a Palavra de Deus na sua máxima expressão, pois é Palavra de Graça, de Autoridade, Palavra Eterna, Espírito e Vida, é Deus comunicando-Se. Mateus 24:35 Lucas 4:22 e 32 João 1:1 e 14, João 6:63, João 17:8, João 17:17, I João 5:7 e Apocalipse 19:13
Nos quatro Evangelhos se transmite a Boa-Nova, a essência da mensagem libertadora que Jesus incarnou e proclamou. Essa mensagem foi, desde logo, posta em causa por quem pretendia sobrepôr-lhe tradições Marcos 7:13, mas ao mesmo tempo essa mensagem produz efeitos maravilhosamente positivos naqueles que a recebem. João 6:68 e João 8:51.
Jesus é o “grão de trigo” que, ao morrer, dá muito fruto. Lucas 8:11. E ao apresentar-Se assim, como semente viva que morre para frutificar, Cristo aponta para o Calvário, onde se entregaria para a redenção do Homem. E é esta semente que tem de continuar a ser espalhada pelos cristãos. Cristãos no sentido em que sê-lo significa estar em Cristo, nascendo n’Ele para a vida eterna. Cristãos que são novas pessoas, que se desenvolvem através da adopção do estilo de vida de Jesus Cristo e pela valorização e imitação de tudo o que caracterizou a Sua personalidade humana.
Tem havido “cristãos” judaizantes, comprometidos com concepções judaicas obsoletas. E tem havido também “cristãos” apostolizantes, isto é, imitadores de Paulo, de Pedro, de Maria e de outras figuras dos tempos apostólicos. Mas ser cristão é seguir a Cristo, vinculando-se a Ele, que é a Pedra, pedra viva, pedra de toque. I Pedro 2:4 Ou seja: Tudo deve ser aferido pelo Seu ensino e pelo seu exemplo.
Os Profetas e os Apóstolos (no Antigo e no Novo Testamentos) são documentos fidedignos, são história, são cânticos, são cartas, são exortações. São, afinal, o antecedente e o consequente de Jesus. Há muito neles de proveito e até aplicação actual. Mas não é tudo. O que os cristãos primitivos disseram e fizeram, mostra-nos que é preciso dar continuidade a Cristo, hoje, como eles Lhe deram no seu tempo. Mostra-nos que é preciso redescobrir Jesus e reproduzi-Lo, vivê-Lo nos nossos dias, em termos e em condições do nosso presente histórico e sócio-cultural.
Há, pois, que trazer Cristo para o nosso tempo. É necessário que nós O expressemos em termos actuais. Por exemplo: falar de ósculo santo, véu na cabeça, comer ou não comer sangue, silenciar a mulher na igreja, usar cabelo curto ou comprido, ungir doentes com óleo, enaltecer o celibato etc., pode significar pouco ou nada, actualmente, em termos normativos. Pedro, Paulo, João, Tiago, tiveram as suas experiências pessoais de conhecer Cristo, de O interpretar, e deram recomendações, sugestões e até ordens à luz das circunstâncias específicas da sua época. O que eles fizeram foi dar o seu testemunho, dar sequência à mensagem de Cristo, dar continuidade ao Evangelho.
Cumpre-nos a nós, cristãos de hoje, volvidos que são já dois mil anos, continuar a fazer a história do Cristianismo, a dar também sequência aos evangelhos, a realizar os nossos actos e a escrever as nossas epístolas. Pedro, Tiago e João já passaram. Mas Jesus Cristo não passou. Ele é sempre actual. É de hoje e para hoje, porque é a Palavra de Deus eterna, sempre actualizada. É o Alfa e o Ómega.
Ele tem a última palavra. Ele é a palavra final, o “metro-padrão” que serve de critério único e todo suficiente no que concerne à doutrina e à ética cristãs. Ao ser e ao proceder.
Para além das religiões, das tradições e das múltiplas confusões, uma só verdade existe. Jesus afirmou: Eu sou... a verdade... De que mais precisamos nós ? Ou, no dizer dos discípulos, outrora: Para quem iremos nós ..... ? João 6:68 e João 14:6.

Orlando Caetano












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quinta-feira, 24 de junho de 2010

GRAÇA SOBRE GRAÇA - TESTEMUNHO

Durante muitos anos tentei viver a vida cristã movido por culpa. Como "culpólatro" precisava de doses repetidas (e, às vezes, mais fortes) para produzir o mesmo efeito, ou seja, para manter as "disciplinas" da vida cristã. Meu problema foi que a lista de "disciplinas cristãs" não tinha fim: hora silenciosa, memorização de versículos, freqüência em todos os cultos da igreja, dízimos e ofertas, jejum, serviço cristão, evangelismo, retiros espirituais, meditação e muito mais. Pelo muito esforço, motivado pela culpa, conseguia manter uma ou outra disciplina por um certo período. Mas com o tempo, a culpa foi perdendo seu poder motivador. E eu ficava exausto, pensando que a vida cristã era como montanha de gelo, e que para cada dois passos que avançava, deslizava três para trás.
Minha frustração e exaustão na vida cristã me levaram a concluir que algo estava errado. De fato, eu tinha perdido de vista a verdadeira base da vida cristã. Onde estava a vida em abundância que Jesus prometera (Jo 10:10)?
Achei a resposta quando "descobri" que o projeto de Deus para mim se encontra na graça de Jesus! Mesmo sendo crente em Cristo, Eu estava tentando viver a vida cristã pelo esforço próprio, quando de fato somente Cristo Jesus é capaz de viver a vida cristã. Havia esquecido do que chamo o "outro lado do evangelho".
O verdadeiro evangelho inclui não somente o perdão baseado na cruz de Cristo, mas também o poder para viver a vida de Cristo, baseado em Sua ressurreição.
1) Cristo morreuna cruz, tornando o perdão do pecado uma realidade diária em nossa vida (e na convivência com outras pessoas!)
2) Cristo ressuscitou dos mortos para viver a Sua vida através de nós, a vida cristã.
O problema vem quando tentamos fabricar uma vida cristã através de muitas "técnicas", fórmulas e regrinhas externas, sem transmitirmos uma dependência em Cristo para mudança permanente e interior. Cristo, não a culpa, é o segredo da vida cristã. Viver essa vida pela culpa, pelo ativismo, pelo desempenho, só leva à sequidão do galho separado da videira (Jo 15:1-5). Em outras palavras, "sem mim, nada podeis fazer".
O projeto de Deus para minha vida implica numa dependência diária dEle e da Sua graça para produzir a vida de Cristo em mim! Esse projeto se resume em João 1:16: Porque todos nós recebemos da sua plenitude, e graça sobre graça. A frase "graça sobre graça" traz a idéia de ondas do mar. Mal chega uma primeira onda na praia, e outra está logo atrás, tomando seu lugar. Assim é a graça imerecida de Deus em nossas vidas!
Infelizmente, a maioria não vive esta realidade da graça de Deus, nem na salvação, muito menos na santificação. Todas as religiões do mundo, menos o verdadeiro cristianismo, se opõem à idéia da graça na salvação. As boas novas do evangelho incluem, em primeiro lugar, o fato de que a cruz de Cristo nos proporciona o perdão de Deus de graça! Não podemos nos aperfeiçoar pelo desempenho, pelo auto-sacrifício ou por nosso próprio esforço. A Bíblia afirma que Deus perdoa completamente os que abraçam pela fé o sacrifício de Jesus em seu lugar
A cruz de Cristo nos liberta para experimentar o perdão de Deus dos nossos pecados. Mas se pararmos com o perdão de Deus, teremos somente metade das "boas novas" do evangelho: A ressurreição de Cristo permite que a vida de Cristo seja vivida através de nós.
Se foi pela cruz de Cristo que recebemos o perdão do pecado, na sua ressurreição adquirimos o poder para que a vida de Cristo seja vivida através de nós. Morremos com Cristo na cruz, mas vivemos com Ele em Sua ressurreição. Ele não ressurgiu para nos "reformar", mas para que pudesse viver Sua vida através de nós (2 Co 5:21, Rm 6:4,5; Rm 8:29; 2 Co 3:18). Somente Cristo pode viver a vida cristã! Gálatas 2:20 nos diz
"Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou, e a si mesmo se entregou por mim."
Autor evangélico Bob George resume o impacto transformador desta verdade:
Jesus Cristo, vivo espiritualmente, entregou sua vida por nós. Por quê? Para que ele pudesse dar sua vida para nós. . . Enquanto a mensagem do perdão divino pela cruz alivia nossa culpa e nos dá certeza sobre onde iremos quando morrermos, não nos dá o poder para viver aqui e agora. É pela ressurreição de Cristo que . . . recebemos Sua própria vida pela presença do Espírito Santo. . . . Cristo não veio para me 'ajudar' a servir a Deus; Ele veio para viver Sua vida através de mim! (Classic Christianity, pp. 51,52).
Qual a diferença que esse plano gracioso de Deus faz em minha vida?
1) Vivo como filho amado de Deus, seguro em minha posição filial, não com o medo de um escravo que teme perder sua aceitação diante do Mestre.
2) Sirvo a Deus pela gratidão pelo que Ele já fez por mim, não para ganhar mais dEle (Ef 1:3).
3) Pratico as "disciplinas" da vida cristã para crescer na graça (2 Pe 3:18), para contemplar a imagem e a glória de Cristo (2 Co 3:18) e por sentir minha extrema necessidade dEle (1 Pe 2:2).
4) Encontro liberdade para "abaixar a máscara" e ser transparente em meus relacionamentos e meu ministério com outras pessoas, sem tentar projetar uma imagem que ainda não alcancei.
5) Ministro a graça de Deus para outros enquanto mantenho o alto padrão de santidade das Escrituras.
6) Vivo ciente da minha eterna necessidade de dependência em Cristo momento após momento, pois por mim mesmo sou incapaz de viver a vida cristã.
7) Vivo "a nível do coração" e não das aparências, ajudando a mim mesmo, a meus filhos e outros discípulos a reconhecerem nossa pobreza de espírito e necessidade de Cristo.
Infelizmente, uma vez "culpaólatra", sempre "culpaólatra". Mas aos poucos estou aprendendo que uma vida debaixo da culpa não é o projeto de Deus para mim. Deus me oferece uma vida debaixo da Sua infinita graça. Graça no lugar de graça, como ondas do mar--primeiro na salvação, depois na santificação. Essa graça me motiva hoje mais de toda a culpa acumulada do passado. Dou graças a Deus pela Sua graça, pois "graça" resume o projeto de Deus para nós!


David J. Merkh






















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segunda-feira, 10 de maio de 2010

ELE É...

Dentre as muitas razões instigantes pelas quais devemos conhecer melhor ao nosso salvador do que certamente O conhecemos, a primeira é que Ele é uma pessoa, Jesus cristo.

Todos nós concordamos que Ele é uma pessoa,que Ele é o Filho eterno, mas o adoramos porque Ele é a origem e fonte de todas as coisas das quais nós, seres criados, desfrutamos ???

Ele é a fonte de toda verdade, mas Ele é mais - Ele é a própria verdade.

Ele é a fonte e força de toda beleza, mas Ele é mais - Ele é a própria beleza.

Ele é a fonte de toda sabedoria, mas Ele é mais - Ele é a própria sabedoria.

N'Ele estão ocultas todas as riquezas da sabedoria e do conhecimento !!!

Jesus Cristo, nosso salvador, é a fonte de toda graça. Ele é a fonte de toda vida, mas é muito mais do que isso. Ele pôde dizer: " EU SOU A VIDA !! " Ele é a fonte do amor, mas, outra vez, Ele é muito mais do que isso -- Ele é o amor !!

Ele é a ressurreição e Ele é a imortalidade,e, como disse um compositor de hinos de adoração :

" Antes era a benção, agora é o senhor. Antes eu queria os seus dons , agora quero apenas Ele mesmo."


A. W. Tozer


























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segunda-feira, 3 de maio de 2010

JESUS CRISTO E SOLUÇÃO PARA TUDO

Fiel é o Senhor. (1 Ts 3.3.)

Conheci certa vez uma mulher de cor que era muito pobre e ganhava a vida com trabalho árduo; no entanto, era uma pessoa sempre alegre. "Ah, Nancy", disse-lhe certa vez uma outra senhora que parecia triste, "você pode estar alegre agora, mas acho que se você pensasse no futuro iria moderar um pouco esse seu entusiasmo. "E se de repente você tiver uma doença e não puder mais trabalhar; ou se os seus patrões mudarem de cidade e se você não achar outro emprego; ou se...
" "Pare, pare!" exclamou Nancy. "Eu não tenho nenhum "se". O Senhor é o meu pastor, e nada me faltará. E olhe, querida," disse ela àquela senhora, "são todos esses se, se, se, que a estão deixando tão infeliz. O melhor é deixar de lado todos eles e confiar somente no Senhor." Se pudermos crer e aceitar com simplicidade de fé o que a Bíblia nos afirma todos os "se" desaparecerão. Em Hebreus 13.5,6 está escrito: "Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as cousas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei."
...para que creiais que JESUS É O CRISTO, o Filho de Deus, e para que, CRENDO, TENHAIS VIDA em seu nome. (joão 20:31)












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sábado, 27 de fevereiro de 2010

RECONCILIADOS COM DEUS



Você já se reconciliou com Deus? Esta é uma pergunta da máxima importância. Sua salvação ou perdição descansa inteiramente nesta questão. Que grande é sua bênção se já se reconciliou com Deus! Já passou da morte para a vida a fim de gozar da bênção que Deus preparou para você no Senhor Jesus. Mas quão lamentável e precária é sua situação se ainda não se reconciliou com Deus! Quão terrível é ter a ira Dele sempre pairando sobre sua cabeça! É preciso que você responda, com honestidade, a esta pergunta: já se reconciliou com Deus?
Não seja descuidado ou tolo. Ou você já se reconciliou com Deus ou está em inimizade com Ele; não há posição neutra. Se ainda não se achegou a Ele mediante a morte do Senhor Jesus, então, Ele é seu inimigo, pois o mundo é inimigo de Deus. Ser inimigo de Deus não necessariamente significa que você há de levar sua rebeldia até o céu; simplesmente quer dizer que você pratica as coisas segundo a carne por preocupar-se apenas com suas paixões e lascívia e não com o que Deus requer de você. A Bíblia declara que “o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar” (Rm 8.7). Inimigos de Deus não são apenas os que tem o coração e mente voltados contra Deus; são também aqueles que se inclinam para a carne.
Pode ser que você aprove a religião, pode até verdadeiramente admirar a Cristo, pode até ter ajudado, com freqüência, a igreja – todas essas coisas podem ser muitos boas; não obstante, não há provas de que você não seja inimigo de Deus. É preciso que você compreenda que, segundo a Palavra de Deus, todo aquele que pende para as coisas da carne está em inimizade contra Ele. Pender para carne é rebelar-se contra a lei de Deus. Ora, a palavra “pendor” parece, a princípio, tão inocente e casual – pode ser que você não se engaje em um ato externo de rebeldia contra Deus, você pode apenas ter pendor para o mundo nos recessos ocultos e secretos do coração. Contudo, basta isso para se estar em inimizade contra Ele e em rebeldia à Sua lei!
O homem não somente não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar: não possui o poder e a força para tanto. Isso demonstra a insuficiência completa da natureza humana! Você sabe que a natureza humana é corrupta? A lei de Deus, porém, é santa e justa. Você pode guardá-la? As pessoas, de fato, às vezes consideram a lei de Deus boa e Seu mandamento justo e, por isso, a desejam cumprir. Mas qual é o resultado? Não a guardam nem a podem guardar. Conquanto às vezes desejemos cumprir a lei de Deus, descobrimos em nós um poder que nos segura e nos força a pender para a carne em vez de obedecer à lei. A natureza humana é tão corrupta que a esperança de guardar a lei de Deus deve se abandonada por completo. Não é verdade que, muitas vezes, as pessoas não desejam viver desregrada e licenciosamente; no entanto, afundam-se nesse lodaçal? Isso ocorre por causa da natureza humana corrupta. Devemos reconhecer nossa corrupção total antes que nos possa vir a salvação de Deus.
Outra prova de que somos inimigos de Deus jaz no fato de que nosso coração ama muito o mundo. Não é verdade que a glória e o louvor do mundo emocionam nosso coração? Encontramos no Novo Testamento esta afirmativa reveladora: “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus?” (Tg 4.4a). Esta palavra é de Deus, não minha. Deus chama de infiéis às pessoas que cometeram o ato de adultério na carne, mas também chama outros por esse nome, pois o significado mais inclusivo aqui é abraçar uma amizade que não deve ser abraçada. Ora, visto que o mundo crucificou a Cristo, como pode alguém, amigo desse mundo, não ser considerado inimigo de Deus? Será que o mundo e sua atitude mudarão algum dia? O mundo hoje é melhor do que o foi no dia de Cristo? Se ele não mudou para melhor, como é que você pode ter comunhão com ele?
Ah, quão lindas são as pessoas do mundo, quão interessantes os seus negócios e quão adoráveis as suas coisas! E por causa das pessoas, dos negócios e das coisas deste mundo, você formou um laço inquebrável com ele. E esta é a razão pela qual você se tornou inimigo de Deus. Em verdade, a mente dos que não foram reconciliados com Ele nem regenerados está posta nas pessoas, nos negócios e coisas do mundo dia e noite. Os homens buscam fama, lucro e poder do mundo. Viram o rosto em direção a terra e as costas para o céu. Desprezam as exigências de Deus e estão em inimizade contra Ele. Permita-me perguntar-lhe: você já foi lavado com o precioso sangue do Senhor? Se não o foi, e é amigo do mundo, então, é inimigo de Deus.
A conduta humana é também prova inegável de ser o homem inimigo de Deus. O que Deus deseja que os homens façam, eles não fazem; mas o que deseja que não façam, isso fazem. Quem pode contar o número de pecados que os homens cometem dia e noite? Os atos ímpios do corpo denunciam a inimizade existente no coração: “E a vós outros também que outrora éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas” (Cl 1.21). Obras malignas! Pecados! Impureza! São estas as provas infalíveis da inimizade do homem contra Deus. “Não há justo”, declara a Bíblia, “nem sequer um” (Rm 3.10). Carne alguma ousa apresentar-se justa na presença de Deus, pois ninguém pode ser justificado à vista Dele mediante as próprias obras. Todas as obras dos homens são ímpias aos olhos divinos. Embora muitas obras possam ser aceitáveis pelos homens, são cheias de defeitos à vista de Deus e, portanto, ainda são consideradas como obras malignas.
As suas obras dão testemunho perante Deus de que você está em inimizade contra Ele? Não pense que é melhor do que as outras pessoas; reconheça, antes, que as suas assim chamadas boas obras contêm muitos males, tais como orgulho, fama e auto-satisfação. Portanto, confesse sua situação patética e venha para a confiança no Senhor Jesus Cristo a fim de ser salvo. De outra forma, por causa de sua autojustiça e autocontentamento, morrerá em seus pecados. Que o Espírito Santo convença-o de seus pecados e faça com que veja sua verdadeira condição. Pois a menos que as pessoas assumam a posição de pecadores e confessem que estão em inimizade contra Deus, não poderão receber Sua graça. Como poderá alguém vir à cruz procurando a salvação de Deus se não perceber que não pode agradar-Lhe e que sua própria natureza é contra Ele? A menos que essa pessoa reconheça sua terrível condição de inimizade contra Deus e as conseqüências futuras da ira eterna, sua profissão de fé em Cristo não pode ser real.
O que são as pessoas do mundo? Não são elas como o pó? Como insetos? Quão pequeno é o lugar que ocupam no universo! Há, pois, fundamento para a vanglória? Mas quem é Deus? Ele é o Altíssimo, o Soberano incomparável. O céu é o Seu trono e a terra o apoio de Seus pés. Portanto, quem, neste mundo, pode falar de Sua grandeza? Como é que homens tão pequenos e inimigos de tão grande Deus poderão escapar da perdição? Não declara a Bíblia que “sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36)? Por esse motivo, não engane a si mesmo pensando possuir algumas boas obras. Sua inimizade contra Deus pode ser fatal. Jamais pense que ser inimigo Dele não tenha conseqüências. Nada no mundo é mais sério do que isso.
Precisamos lembrar que Deus amou ao mundo de tal maneira que deseja que todos os homens sejam salvos. Não quer vê-los perecer nem condená-los por seus pecados. Embora o mundo (e isto inclui você e eu) seja hostil para com Ele, Ele pacientemente espera. Deus enviou seu Filho unigênito, o Senhor Jesus, a fim de morrer na cruz para que fosse nossa propiciação (satisfação) para a remoção da justa ira de Deus. A penalidade de nossos pecados recaiu sobre Ele. Rebelamo-nos contra Deus e, segundo nossa própria natureza, pensamentos e desejos, merecemos a conseqüência maligna da perdição; mas Seu Filho Jesus suportou tudo em nosso lugar. Pois, por nós, Ele tomou o lugar de rebeldes e clamou na cruz: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” (Mt 27.46b). Jesus é o amado Filho de Deus, é Seu eleito e está sempre próximo Dele. Entretanto, levou nosso pecados, tomou nosso lugar de hostilidade e sofreu a justa ira do juízo de Deus. Até mesmo Seu Pai amoroso O desamparou, pois se fez pecado por nós e morreu por nós de uma vez por todas. Desamparado por Seu Deus e por amor a nós, Ele, não obstante, alcançou a paz e cumpriu a graça. E que graça espantosa é esta!
Portanto, agora podemos usufruir o bem da obra consumada de Cristo. Podemos ser “reconciliados (…) com Deus por intermédio da cruz” (Ef 2.16a). Contudo, não é que tenhamos mudado para melhor, nem que possamos controlar a nós mesmos ou melhorar a nós mesmos – esforços dessa ordem jamais poderão satisfazer o coração de Deus. Não, “por intermédio da cruz” é o único meio suficiente. A obra já foi consumada e nada precisamos acrescentar a ela: “Havendo feito a paz pelo sangue da Sua cruz” (Cl 1.20a). O sangue que nosso Senhor Jesus verteu, enquanto sofria na cruz, fala muito mais alto do que o sangue do justo Abel (Hb 12.24). E, assim, alcançamos a paz e a salvação consumada por completo em nosso benefício.
Antes que Cristo consumasse a obra da salvação, Deus não podia atrair os homens a Si nem podiam os homens aproximar-se de Deus. Embora Deus amasse ao mundo, os pecados dos homens se interpunham entre Deus e eles. Mas agora o Filho de Deus já morreu. “Deus estava em Cristo, reconciliando Consigo o mundo” (2Co 5.19a). O relacionamento entre Deus e o homem agora está mudado. A morte de Cristo, porém, não mudou o coração de Deus, pois Ele sempre amou ao mundo; nem a morte de Cristo modificou o coração do homem, pois ainda se encontra no pecado e recusa submeter-se a Deus. Mas, graças sejam dadas a Deus, a inimizade entre Ele e os homens foi desfeita pela morte de Cristo. Deus julgou o mundo ao julgar a Seu Filho, o Senhor Jesus, para que agora Ele possa aceitar os homens sem nenhum impedimento.
Podemos ilustrar este ponto da seguinte maneira:
Certo juiz tinha um único filho a quem muito amava. O filho roubou um valor de dinheiro e fugiu. Embora o pai o amasse com ternura, o relacionamento entre ambos havia-se alterado. Como era seu relacionamento agora? Se o filho fosse preso, o pai já não poderia tratá-lo como filho. O pai teria de julgá-lo como um criminoso entre muitos. Por mais que o pai o amasse, nada podia fazer pelo filho a não ser vender a propriedade da família a fim de pagar pelo furto. Somente então poderia o filho ser livre e o pai recebê-lo de volta sem nenhum impedimento.
Nós, seres humanos, pecamos contra Deus; portanto, merecemos ser julgados e condenados à perdição eterna. Mas Deus amou-nos tanto que se fez homem (o Senhor Jesus é Deus) a fim de sofrer na cruz para que pudesse pagar nossa dívida do pecado e restaurar o relacionamento quebrado entre Deus e os homens. O resultado é que agora Deus pode receber-nos a nós, pecadores, visto que a paz já foi alcançada entre as duas partes. A salvação ou a perdição da pessoa agora depende de estar ela disposta ou não a aceitar esta paz.
Volto à minha pergunta inicial: você já se reconciliou com Deus? Você é uma pessoa salva? Já fez as pazes com Deus por intermédio do Senhor Jesus? O caminho da reconciliação divina é que “fomos reconciliados com Deus mediante a morte do Seu Filho” (Rm 5.1, 10a). Você não entra em paz com Deus por meio de suas supostas boas obras. Embora você possa já pertencer a uma igreja, tendo sido batizado e participado da Ceia do Senhor – ou ter ido aos cultos com freqüência e lido com freqüência a Bíblia e orado muitas vezes, ou pode ser até que já tenha convidado outros a crer no Senhor ou ter pregado do púlpito ou dirigido um culto, ainda é pecador perdido e inimigo de Deus se não se reconciliou com Ele por meio da morte do Senhor Jesus, crendo que Cristo morreu, levou seus pecados e realizou a obra da redenção por você. Não pense que suas boas obras ou zelo no trabalho o reconciliem com Deus. Não. O preço da reconciliação não é pequeno. Se Deus acha que a morte do Senhor Jesus é absolutamente necessária, então, tudo o que ficar aquém de Sua morte é totalmente inaceitável. Os homens ou se reconciliarão com Deus mediante Jesus Cristo ou continuarão sendo inimigos Dele, confiando em suas próprias obras.
Deus já pagou todo o preço da reconciliação. Já realizou a obra da redenção perfeita. O Senhor Jesus alcançou salvação eterna. Agora, salvação ou a perdição são apresentadas a você. Você não pode ser salvo por sua própria justiça e também não precisa perecer por causa de seus pecados. A salvação ou perdição depende de sua disposição em aceitar a salvação que o Senhor Jesus consumou para você.
Durante a Guerra Civil norte-americana, um general vitorioso proclamou uma ordem aos seus inimigos derrotados mais ou menos como a seguinte: “Agora, separo vários quilômetros de terra como refúgio de paz. Todos os que depuserem as armas e passarem para essa faixa de terra serão salvos; os que não o fizerem serão mortos sem misericórdia.”
Muitos acreditaram na ordem. Depuseram as armas e entraram na área designada. Estes foram salvos. Mas alguns duvidaram e recusaram-se a entrar na terra de refúgio, e foram mortos.
Deus colocou a cruz do Calvário como a terra de paz para todos os homens. Você, como muitos neste mundo, tem estado em inimizade com Ele; entretanto, se neste instante você estiver disposto a desistir de seus pecados e postrar-se ao pé da cruz, confiando na paz que Cristo alcançou para você, será salvo. Mas se ainda duvidar e não crer, morrerá em seus pecados. No caso da Guerra Civil a diferença entre os que viveram e os que morreram estava em entrar ou não na área designada de refúgio. Alguns podem ter chegado a poucos metros da terra, e poderiam facilmente ter entrado se tão-somente dessem um passo. Contudo, foram mortos porque permaneceram fora da terra. Portanto, não demore mais. Confie no Senhor e será salvo. “Quem quiser recebe de graça a água da vida” (Ap 22.17). Por que não o fazer hoje?
Agora, se estiver verdadeiramente disposto a aceitar a paz que o Senhor alcançou, será liberto tanto do pecado como da sua penalidade. Pois a Bíblia declara: “Deus estava em Cristo, reconciliando Consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões” (2Co 5.19). Além disso, que alegria experimentamos quando não mais estamos debaixo da acusação! “Mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de Quem acabamos agora de receber a reconciliação” (Rm 5.11).
Gostaria de perguntar mais uma vez: você já se reconciliou com Deus? Deve responder sem hesitar. Seu futuro depende de sua resposta hoje. “Somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilies com Deus” (2Co 5.20). “E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe [os gentios], e a paz também aos que estavam perto [os judeus]” (Ef 2.17). Que o Espírito Santo toque o coração de todo aquele que receber esta mensagem, levando-o a aceitar a Jesus como Senhor e Salvador de sua alma.
Se decidiu receber a Jesus como Salvador, ore comigo: “Ó Senhor, eu era Teu inimigo, mas agora estou disposto a crer em Ti por causa do amor que manifestaste na cruz e por causa da paz que alcançaste. Ó Senhor, salva-me, pois sou pecador!”


POR (Watchman Nee)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O CHAMADO DO ALTO

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O Chamado do Alto



(Autor conhecido somente por Deus)






Se Deus tem chamado você para que seja verdadeiramente como Jesus com todas as forças de seu espírito, Ele o estimulará para que leve uma vida de crucificação e de humildade e exigirá tal obediência que você não poderá imitar aos demais cristãos, pois Ele não permitirá que você faça o mesmo que fazem os outros, em muitos aspectos.
Outros, que aparentemente são muito re­ligiosos e fervorosos, podem ter a si mesmos em alta estima, podem buscar influência e ressaltar a realização de seus planos; você, porém, não deve fazer nada disso, pois, se tentar fazê-lo, fracassará de tal modo e me­recerá tal reprovação por parte do Senhor, que você se converterá em um penitente lastimável.
Outros poderão fazer alarde de seu traba­lho, de seus êxitos, de seus escritos, mas o Espí­rito Santo não permitirá a você nenhuma des­sas coisas. Se você começar a proceder dessa forma, Ele o consumirá em uma mortificação tão profunda que você depreciará a si mesmo tanto quanto a todas as suas boas obras.
A outros será permitido conseguir grandes somas de dinheiro e dar-se a luxos supérflu­os, porém Deus só proporcionará a você o sustento diário, porque quer que você tenha algo que é muito mais valioso que o ouro: uma absoluta dependência Dele e de Seu invisível tesouro.
O Senhor permitirá que os demais rece­bam honras e se destaquem, enquanto man­tém você oculto na sombra, porque Ele quer produzir um fruto seleto e fragrante para Sua glória vindoura, e isso só pode ser produzido na sombra.
Deus pode permitir que os demais se­jam grandes, mas você deve continuar sendo pequeno; Deus permitirá que outros traba­lhem para Ele e ganhem fama, porém fará com que você trabalhe e se desgaste sem que nem mesmo saiba quanto está fazendo.
Depois, para que seu trabalho seja ainda mais valioso, permitirá que outros recebam o crédito pelo que você faz, com o fim de lhe ensinar a mensagem da cruz: a humildade e algo do que significa participar de Sua natu­reza. O Espírito Santo manterá sobre você uma estrita vigilância e, com zeloso amor, lhe reprovará por suas palavras, ou por seus sentimentos indiferentes, ou por mal-gastar seu tempo, coisas essas que parecem não preocupar aos demais cristãos.
Por isso, habitue-se à idéia de que Deus é um soberano absoluto que tem o direito de fazer o que Lhe apraz com os que Lhe pertencem e que não pode explicar-lhe a infi­nidade de coisas que poderiam confundir sua mente pelo modo como Ele procede com você. Deus lhe tomará a palavra; e se você se vende para ser Seu escravo sem reservas, Ele o envolverá em um amor zeloso que permiti­rá que outros façam muitas coisas que a você não são permitidas. Saiba-o de uma vez por todas: você tem de se entender diretamente com o Espírito Santo acerca dessas coisas, e Ele terá o privilégio de atar sua língua, ou de colocar algemas em suas mão ou de fechar seus olhos para aquilo que é permitido aos demais. Entretanto, você conhecerá o segre­do do reino. Quando estiver possuído pelo Deus vivo de tal maneira que se sinta feliz e contente no íntimo de seu coração com essa peculiar, pessoal, privada e zelosa tutoria e com esse governo do Espírito Santo sobre sua vida, então haverá encontrado a entrada dos céus, o chamado do alto, de Deus.


FIM

Esta mensagem foi traduzida do espanhol de um folheto encon­trado na Colômbia, sem direitos autorais, assinado por um "au­tor conhecido somente por Deus", e publicada por esta editora no livro O Homem Que Deus Usa.A W TOZER
Tradução: Gerson Lima
Cooperação na Redação: Paulo César de Oliveira
Todas as citações da Bíblia foram extraídas da 2a. edição da
Versão Revista e Atualizada de Almeida,
da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo outra indicação.


















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sábado, 30 de janeiro de 2010

O que é pior:negar a cristo ou segui-lo por motivaçoes erradas?

por
Dr. David Martin Lloyd-Jones


“Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele. Então disse Jesus aos doze: queria vós também retirar-vos? Respondeu-lhe pois Simão e Pedro: Senhor para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (João 6:66-68).

Sinto que é sempre um tema interessante e proveitoso tentar decidir qual destas duas posições é mais perigosa para um homem - declarar franca e abertamente que não tem qualquer interesse em Cristo e na religião ou seguir a Cristo motivado por uma razão falsa ou errada. Sei que cada teólogo nesta congregação será levado a dizer imediatamente que em última análise não há nenhuma diferença entre os dois; que o homem que segue a Cristo por uma razão errada esta tão fora do reino de Deus quanto aquele que não manifesta qualquer desejo de seguir a Cristo. Isso é verdade, porém eu creio que há uma distinção muito importante entre os dois se os examinarmos puramente do ponto de vista humano, pois o problema com o homem que segue a Cristo por uma razão falsa ou errada é que ele não só esta iludindo a si mesmo, mas também está enganando a Igreja. Mas quando nos defrontamos com um quem não crê em Cristo, então sabemos exatamente o que dizer e o que fazer com ele. Quando um homem se apresenta como uma pessoa religiosa, a Igreja tende a aceitar suas declarações pensando que seria um insulto questioná-lo. A Igreja presume que uma vez que ele professa ser religioso, isso significa que ele é um cristão. Um dos lugares mais perigosos para um homem é a Igreja do Deus vivo.
Creio que este ponto poderia ser uma boa explicação para a atual situação da Igreja hoje em dia. Vemos uma excessiva prontidão em ligar o fato de alguém ser membro de uma Igreja com verdadeiro discipulado, presumindo que todos aqueles que se unem à Igreja realmente estão seguindo a Cristo. Sei que a Igreja talvez tenha bons motivos para isso. Ela sente que é bom que as pessoas estejam sob sua influência, para que possam ser protegidas das tentações do mundo. A tragédia, no entanto, é que com freqüência ela toma por certo que essas pessoas são verdadeiramente cristãs. E assim a igreja tem dirigido a tais pessoas mensagens que são apropriadas para o verdadeiro cristão, mas que não têm muito valor para aquele a quem falta a essência da fé. Então é por isso que afirmo que a Igreja pode ser um lugar muito perigoso. É possível que por pertencerem à Igreja tais pessoas nunca venham a ouvir algumas das perguntas fundamentais e básicas que todo cristão deve ser capaz de responder. Existe um perigo muito real de presumirmos por razões erradas e falsas que somos cristãos. E não hesito em declarar que é um perigo muito grande e real. E se vocês pedissem que eu comprovasse e justificasse o uso desse adjetivos, eu poderia fazê-lo com facilidade por meio das páginas do próprio Novo testamento.
Certamente não há nada mais notável, na leitura da história da vida de nosso Senhor Jesus Cristo nos Evangelhos, do que observar a forma como Ele sempre quis Se certificar que homens e mulheres não O seguissem motivados por uma razão errada. Vocês podem encontrá-lo constantemente parando e perguntando a homens e mulheres se O estavam seguindo pela razão certa. Ele parecia preocupado em não atrair aqueles que não tinham se apropriado do que era certo e verdadeiro. Não há maior paródia da vida de Cristo do que declarar que nosso bendito Senhor, no fim de Sua vida, ficou decepcionado quando Se viu abandonado por seus amigos; que Seu coração se partiu porque Ele nunca imaginara tal deserção, e que ela O surpreendeu. Não há nada mais falso, à luz do quadro que o Novo Testamento dá de Jesus. Lemos que nosso Senhor estava ciente dessa possibilidade desde o princípio e até mesmo a predisse. Ele Se esforçava constantemente para examinar Seus seguidores porque sabia com certeza o que iria acontecer no fim. Todos lembramos as maravilhosas palavras do Senhor no fim do sermão do Monte: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: nunca vos conheci apartai-vos de mim”. Eles pensavam que tudo estava bem; mas naquele dia descobrirão que estavam errados. Lembramos também da parábola da casa edificada sobre a rocha e da que foi edificada sobre a areia: “Prestem atenção como vocês escutam!” diz o Senhor. “Examinem-se e esquadrinhem-se a si mesmos”. Também lembramos da parábola do semeador, em que nosso Senhor parece estabelecer, como um princípio fundamental, que dentre todos os que O seguem, somente vinte e cinco por cento realmente têm apreendido a verdade. Quero também chamar a sua atenção para a parábola da rede que recolheu um certo número de peixes de toda qualidade — alguns bons, e outros maus —realçando a grande diferenciação entre as pessoas. Mas talvez a ilustração mais perfeita desse princípio pode se encontrada em um dos três quadros apresentados no fim do nono capitulo do Evangelho de Lucas. Vocês por certo se lembram do jovem que veio a Jesus dizendo: “Senhor ,eu te seguirei onde quer que fores”. Talvez acrescentando: “não sei quanto a essas outras pessoas, porém eu estou do Teu lado”. “Certamente”, alguém dirá, “esse é o tipo de homem que a Igreja de Deus está buscando hoje em dia. Certamente nosso Senhor o recebeu de braços abertos!” Mas foi a esse homem que Jesus disse: “As raposas tem covis e as aves do céu ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. Cristo Se volta para esse zelote, e diz: “Você esta cheio de zelo, entusiasmo e êxtase, mas realmente entende o que significa Me seguir? Significa ostracismo, e talvez renúncia às coisas que mais valoriza na vida. Certifique-se de que sabe exatamente o que significa discipulado cristão”. Ao ler os Evangelhos, vocês verão que nosso Senhor estava constantemente advertindo as pessoas, e esclarecendo que havia a possibilidade de alguém segui-lO motivado por uma razão errada ou espúria.
Os escritores das Epístolas reiteraram a mesma mensagem, inculcando-a nos cristãos da Igreja Primitiva.
Não seria bom que examinássemos a nós mesmos, fazendo a mesma pergunta, ou seja, se O estamos seguindo motivados por uma razão certa ou errada? Por que estamos seguindo a Jesus? Qual é o significado exato que vemos em nossa ligação com a igreja que freqüentamos? Essa é a pergunta que eu gostaria de examinar com vocês à luz deste texto. Sempre achei que este capítulo (João 6) é um exemplo clássico de todo esse assunto. O evangelista, sob inspiração divina, parece ter reunido neste capítulo a maior das razões falsas ou espúrias pelas quais homens se contentam em seguir a Cristo : todas estão agrupadas aqui. Observe a divisão do texto.
“Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás”. Por outro lado os doze permaneceram. Aqui está a divisão — os muitos que voltaram atrás e os poucos que permaneceram. Muitos O tinham seguido pela razão errada. Poucos O seguiram e O acompanharam motivados pela razão certa e verdadeira.
Vamos examinar, antes de tudo, algumas das razões erradas pelas quais homens seguem a Jesus Cristo. Existem pessoas que se unem a uma igreja pela simples razão que muitos outros estão fazendo a mesma coisa. Vemos claramente no Novo Testamento, bem como na história subseqüente da Igreja Cristã, uma vasta expressão de psicologia das massas. Há pessoas que sempre estão prontas a se unirem a uma multidão, e sempre ficam fascinadas por aquilo que todos os demais parecem estar fazendo. Há pessoas que estão numa igreja pela simples razão que alguém as levou ou então viram outras pessoas indo a essa igreja. Nunca perguntaram a si mesmas: “Porque estou na igreja?” Parece ser a coisa certa a fazer: os pais e os avós fizeram isso; é uma tradição em sua localidade; outros fazem isso, e, portanto, elas também fazem. Há pessoas que simplesmente “nadam com a corrente”. Fazem algo porque outras pessoas estão fazendo aquilo. Deus permita que nenhum de nós nesta igreja irrefletidamente, sem jamais ter considerado o significado de ser membro de igreja, e o que está envolvido. Houve muitos que seguiram o Senhor simplesmente porque viram que as multidões O rodeavam. Que o Senhor nos liberte de ser parte desse grupo!
Outra razão foi mencionada pelo Senhor no versículo 26: “Na verdade na verdade vos digo que me buscais, não pelo sinais que vistes, mas porque comeste do pão, e vos saciaste”. Que Ele quis dizer com isso? Ele estava sugerindo que essas pessoas tinham uma razão puramente mercenária e materialista para segui-lO. Vieram correndo após o Senhor, e aparentemente O estavam adorando; mas não estavam realmente interessadas no aspecto espiritual, no divino e no sobrenatural. Por que O seguiram? Porque receberam dEle aquilo que as atraía — os pães. Estavam ansiosas por alimento, e por essa razão egoísta é que seguiram a Jesus, porque receberam dEle aquilo que desejavam. Não sei se esta razão é uma razão muito comum para que as pessoas se unam à Igreja, pois a religião não é tão popular hoje em dia como era no passado; porém temos que concordar que talvez a verdadeira tragédia era que os homens tinham a tendência de se unirem à Igreja porque ela lhes dava posição, reputação, poder e influência. Infelizmente muitos há que se uniram à Igreja pelo motivo que isso beneficiaria seus negócios ou sua profissão; fizeram uso da Igreja para o avanço de seus interesses ou desejos pessoais. São as pessoas que seguem a Cristo porque desejam comer do pão que Ele dá, porque querem se satisfazer. Talvez devêssemos incluir nesta categoria aqueles que seguem a Cristo porque estão interessados na doutrina do perdão dos pecados, e porque querem tirar proveito da Sua cruz; eles não querem sofrer o castigo eterno; não gostam da noção do inferno. Cristo anuncia perdão dos pecados, e eles O seguem, não porque desejam santidade ou porque realmente O amam, mas só porque temem o inferno e estão com medo do castigo eterno. Esta são as pessoas que tornam até mesmo a cruz de Cristo em mercadoria, e a usam como um manto para cobrir seus pecados. Usam a cruz para o proveito dos seus próprios desejos pessoais e mercenários. Seguem a Cristo somente para os seus próprios fins, e não porque Ele é o Filho de Deus e o Salvador do mundo.
E então, no versículo 2 deste capítulo, encontramos outra coisa muito interessante: “E grande multidão o seguia; porque via os sinais que operava sobre os enfermos”. Ora, este é um tipo de pessoa muito interessante, e que encontramos com freqüência nas páginas do Novo Testamento. Temos uma descrição do mesmo tipo de pessoa no segundo capítulo: “E, estando ele em Jerusalém pela páscoa, durante a festa, muitos vendo os sinais que fazia, creram no seu nome” (João 2:23). Este grupo dos que estão preocupados com os aspectos externos da região parece ser bem grande na época atual. São as pessoas que estão interessadas no fenômeno da religião parece ser bem grande na época atual. São as pessoas que estão interessadas no fenômeno da religião; elas seguem a Jesus porque vêem os milagres que Eles realiza. O poder miraculoso de Cristo as atrai. Se há manifestação de poder sobrenatural, elas sempre estão lá. São atraídas pelo fenômeno da religião, e não pela verdade da religião. Nosso Senhor Jesus Cristo realizou muitos milagres; e Ele o fez deliberadamente. Seu alvo e propósito ao realizar milagres foi manifestar o Seu poder. Todavia, notamos algo interessante. Ele não confia naqueles que estão mais interessados nos milagres do que nEle mesmo ou naqueles que estão mais interessados no fenômeno do que no poder. Jesus Cristo, pela graça de Deus, ainda opera milagres neste mundo pecaminoso, e ainda transforma a vida das pessoas. Ainda existem fenômenos gloriosos em conexão com o reino de Deus em Cristo Jesus. Mas Cristo, o Filho de Deus, não veio à terra simplesmente para realizar milagres ou fazer obras maravilhosas, e assim manifestar o Seu poder; e nem veio apenas para mudar nossas vidas; Ele veio, antes de tudo, para purificar para Si um povo Seu especial, zeloso de boas obras. Ele veio para reconciliar os homens com Deus, e para nos levar ao conhecimento da verdade. Devemos nos precaver de segui-lO simplesmente porque estamos mais interessados no fenômeno do que na verdade em si.
E isso me traz ao último grupo, que é encontrado nos versículos 14 e 15, onde lemos: “Vendo pois aqueles homens o milagre que se Jesus tinha feito, diziam: este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo. Sabendo pois Jesus que haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte”. Temos aqui um grupo muito interessante de pessoas, que O seguem porque estão completamente enganadas a respeito de Cristo e de Sua mensagem. Qual foi o milagre que tinham visto? Foi o dos cinco mil sendo alimentados. Essas pessoas, de acordo com o contexto, tinham seguido o Senhor por alguns dias ou talvez semanas. Tinham ouvido as Suas Palavras; mas foi somente quando viram o milagre que disseram: “Este é o Messias. Este é o profeta que havia de vir”. Então lemos que conspiraram entre si e concordaram que deviam se aproximar dEle e levá-lO à força para Jerusalém, a fim de O proclamarem rei. Jesus, porém, percebeu sua intenções e Se retirou para um monte, permanecendo ali sozinho. Aqueles judeus tinham uma concepção política do reino de Deus. Pensavam no Messias como um libertador político, como alguém que os libertaria da escravidão de Roma e Se estabeleceria como rei em Jerusalém, onde reinaria supremo sobre todos os Seus inimigos e sobre o mundo todo. E esses homens se aproximaram dEle com essa idéia em suas mentes; mas Ele os repeliu. E aqueles homens acabaram sendo parte do grupo que se afastou dEle. Quantos, ainda hoje, pensam em Jesus como um revolucionário político, ou um reformador social! Quantos ainda hoje pensam no reino de Deus como sendo primeiramente secular e político! Quantas pessoas pensam que uma das funções principais da Igreja é tratar da condição social do mundo, e assumir o seu lugar nos vários setores e níveis da vida humana, e decidir as grandes questões relacionadas com a indústria e a política e assuntos internacionais! Quantas pessoas ainda pensam em Cristo como um reformador social ou agitador político! E quantas outras pensam nEle como o pálido Galileu que mantém os homens à distância, e que é refinado demais até para tocar no mundo. Há os que pensam nEle como o grande Artista, ou o grande Asceta ou o incomparável Filósofo. Há os que se aproximam da Bíblia como se fosse apenas uma coletânea de jóias literárias. Se tirássemos todos esses grupos da Igreja, eu me pergunto quantos restariam! Receio que esse “muitos” assumiria proporções alarmantes!
Creio que não preciso me justificar se lhes fizer a pergunta: “Vocês seguem a Cristo? Já se defrontaram com esta pergunta? Já encararam estas possibilidades face a face?” Essas pessoas que eu mencionei estavam seguindo a Cristo. Tinham estado com Ele por vários dias; consideravam-se Seus discípulos. Mas então lemos que muitos dos Seus discípulos, Seus seguidores, aqueles que tinham ouvido Suas palavras, já não andavam mais com Ele. Porque é que nós O seguimos? Somos motivados pela razão correta ou somos culpados de seguirmos motivados por uma dessas razões falsas? Qual é a verdadeira razão para seguirmos a Cristo? A resposta naturalmente está nas grandes palavras de Simão Pedro: “Então disse Jesus aos doze: quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe pois Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus”. Ora, podemos nos alegrar com esta resposta, pois, como o contexto nos revela, o Senhor testou a fé do doze. Muitos estavam se afastando. “Lá vão eles; estão vendo?” diz o Senhor, voltando-Se para os doze. “Eles ouviram os mesmo sermões que vocês, e viram os mesmos milagres; vocês estão exatamente na mesma posição. Querem ir com eles? Vocês tem Me seguido pela mesma razão que eles? Porque, se é assim, prefiro que não Me sigam. Vocês também querem retirar-se?” E Simão Pedro respondeu com confiança e com certeza. Temos aqui, em suas palavras, o mínimo irreduzível do verdadeiro discípulado cristão. Que significam essas palavras de Pedro? Precisamos dividi-las e analisá-las. “Senhor, para quem iremos nós?” ele indaga. Devemos interpretar essa frase unicamente de uma forma emocional? Como se Pedro tivesse se voltado para o Senhor, dizendo: “Tivemos tantos momentos maravilhoso juntos, e a vida seria impossível sem Ti”. Era simplesmente uma ligação emocional? Sim, era, mas também era muito mais que isso. Era uma definição de fé básica e profunda. “A quem iremos, se Te deixarmos?” Porque ir a alguém? Por que Pedro faz essa pergunta? Porque aqui descobrimos a declaração primária da confissão cristã. Pedro pergunta: “A quem iremos nós?” porque entende que não pode salvar-se a si mesmo. Pedro havia compreendido há muito tempo sua própria condição sem esperança. Ele estava buscando salvação em alguém fora de si mesmo. E, tendo enfrentado a lei, e tendo visto a João Batista, e tendo contemplado a face de Cristo, ele tinha reconhecido há muito tempo a sua condição diante de Deus. Junto com os seus compatriotas, ele estivera aguardando o Messias. Todavia, Pedro não se limita a admitir que não pode salvar a si mesmo. Ele também declara aqui, peremptoriamente, que tem certeza absoluta que ninguém mais pode salvá-lo senão Cristo. A quem mais podemos seguir? Não há nenhum outro. “Eu não posso me salvar a mim mesmo e nenhum homem pode me salvar”, diz Pedro. Sempre há esta declaração negativa na confissão cristã primária e básica. Eu me pergunto em quê, ou em quem, estamos depositando a nossa confiança e a nossa fé? O homem que tem qualquer alternativa concebível para Cristo não é um cristão. A que nos apegamos, quando pensamos em morte e eternidade? Ainda estamos confiando nessa ilusão de um mundo que está, supostamente, avançando e se desenvolvendo? Ainda imaginamos, credulamente, que meras realizações intelectuais podem nos preparar para o céu?
“Não posso salvar a mim mesmo”, diz Pedro. “Homens não podem me salvar. O mundo não pode me salvar. Mas eu creio que Tu podes”. E ele dá esta razão: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Tu tens as palavras da vida eterna”. Na face de Jesus Cristo, Pedro viu a Deus.
Vocês já tomaram uma posição com Simão Pedro? Já compreenderam sua própria falência e pecaminosidade? Já disseram a Cristo: “Tu tens que me salvar, e Tu somente?” Pedro não se contenta em apenas declarar que Cristo é o Filho do Deus vivo. Ele diz: “Não podemos Te deixar, pois Tu tens as palavras da vida eterna”. Foram essas palavras de Cristo que fizeram com que os outros se retirassem. Essas pessoas tinham seguido a Cristo; tinham escutado Seus sermões; tinham observado Seus milagres. Então nosso Senhor, em uma de Suas mensagens, comparou-Se a Si mesmo com o maná mandado do céu, e continuou dizendo que Ele era o pão da vida, e quem não comesse da Sua carne jamais poderia ter vida eterna. “Muitos pois dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: duro é este discurso”. E finalmente acabaram se afastando por causa dessas palavras. Ele falou que os homens deviam comer da Sua carne e beber do Seu sangue, e estabeleceu isso como uma condição essencial para a vida eterna. “Como pode ser isto?” perguntaram. Foram essas palavras que os ofenderam. Pedro, no entanto, diz: “Eu não entendo tudo, mas eu creio”. Meus amigos, não basta atribuirmos divindade a Jesus de Nazaré de forma singular. Não é suficiente que creiamos sem Seus milagres e em Suas obras sobrenaturais. Nós somente estamos seguindo Cristo, real e verdadeiramente, quando cremos que é Ele quem opera a nossa salvação através do Seu corpo quebrado e Seu sangue derramado. “Eu não entendo a doutrina da expiação; não posso compreender seu significado; parece absurda, e quase imoral”, vocês dizem. Não estou pedindo que entendem isso tudo. Simão Pedro não entendia, mas assim mesmo a aceitou, e entregou a sua vida a Cristo. Jesus Cristo Se oferece a nós, crucificado e ressurreto — alguém que foi ferido pelos açoites que nós merecíamos, que deu Sua vida em resgate por muitos, que, pelo Seu Espírito Santo, quer habitar em nós; que não só nos liberta da culpa do nosso pecado passado, mas que também nos liberta do poder do pecado, e da poluição do pecado, e que está adiante do nós, dizendo: “Apropriem-se de Mim”.
“Quereis vós também retirar-vos?” Milhares estão se retirando. Na verdade, esta nação e o mundo estão se tornando cada vez mais ímpios. O homem, em seu orgulho intelectual, está rejeitando a Palavra de Deus. “Quereis também vos retirar-vos?” Que todos nos voltemos para Ele, como Simão Pedro, dizendo: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus”.

* Sermão pregado na manhã da primeira visita do Dr. Lloyd-Jones à Capela de Westminster, no dia 29 de dezembro de 1935; e anteriormente, em Sandfields.















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