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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Consagração, o oposto do Arrependimento - J. I. Packer

O que é consagração? É o oposto do arrependimento. No arrependimento, a pessoa volta-se para Deus a partir do que é errado. Os dois termos expressam a mesma idéia de "negação" aos apelos do pecado e a mesma idéia de "afirmação" ao chamado de salvação de Cristo.



O que é transformação? É mudar-se para ser como Cristo, o que Paulo fala em 2Coríntios 3.18. A versão Revista e Atualizada traduz muito bem esta idéia: "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito". Por meio da ação do Espírito Santo, tornamo-nos como Aquele a quem contemplamos à medida que assimilamos o que diz o Evan¬gelho. Cada passo nesta transformação de caráter (uma vez que é sobre esta conformidade de caráter que o apóstolo Paulo está falando) é um grau novo de glória, ou seja, da auto-revelação de Deus em nossa vida humana.


Qual é a relação entre consagração e transformação? Paulo explica isto em Romanos 12.1,2:


Rogo-vos, pois [como sua maneira de glorificar a Deus por sua graça: veja Romanos 11.36], irmãos, pelas misericórdias de Deus [que firmaram o fundamento para a gratidão que devemos mostrar agora], que apresenteis o vosso corpo [não o corpo em oposição à alma, mas o ser como um todo, corpo e alma, como em Fp 1.20] por sacrifício vivo, santo (consagrado) e agradável (um prazer) a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente (seu coração, seus desejos, seus pensamentos e propósitos, toda a sua vida interior), para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.



O pensamento de Paulo é o de que, pelo ato de nos oferecermos, nós nos abrimos para Deus e, portanto, paramos de oferecer qualquer resistência, que porventura esteja à nossa frente, ao Espírito Santo que habita em nós. Consequentemente, a sobrenaturalização planejada e prometida de nossa vida interior por meio do nosso compartilhar da vida do Cristo ressurreto seguirá adiante. "Para que experimenteis (em cada situação) qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (v. 2). "Experimentar" traduz um único verbo no grego que significa discernir por meio do exame de alternativas. A mente renovada, iluminada pelo Espírito e sintonizada pela regeneração para a busca da glória de Deus, comparará as opções e, portanto, perceberá que curso de ação melhor agradará a Deus.


O Contexto da Santidade é Justificação por meio da Fé em Cristo



A santificação não é, em sentido algum, a base para a justificação; pelo contrário, a vida de santidade pressupõe a justificação, sendo a resposta de gratidão a ela.


Tudo que precisamos fazer para estabelecer este ponto é nos lembrar da ordem das coisas em Romanos, onde a justificação dos pecadores por meio da fé em Cristo, à parte das obras, é o tema dos capítulos 3o, 4o e 5o, e o dom da nova vida em Cristo para os justificados precede os ensinos a respeito da vida consagrada (veja Romanos 6, principalmente os versículos 12-14,19-22, e 12.1, apenas citado).


A Raiz da Santidade é a Co-Crucificação e Co-Ressurreição com Cristo


A hostilidade do coração para com Deus, que é algo natural para todos os não-regenerados, torna-lhes a santidade algo impossível (Rm 8.7,8). A raiz da santidade é o amor a Deus e à sua lei, dada a nós pelo Espírito Santo por meio de nossa união com Cristo em sua morte e ressurreição.


Esta é uma transição passageira que muda para sempre o nosso coração e acaba com o domínio do pecado sobre nós, de tal maneira que não vivemos - e, de fato, não podemos viver - mais debaixo do domínio do pecado como vivíamos antes (Rm 6.1-10,17; Ef 2.1-10). Depois desse evento- após nossa regeneração e manifestação de nossa fé pessoal - o Espírito passa a habitar permanentemente em nós (ICo 6.19; 2Co 1.22; 5.5; Ef 1.13) para nos ajudar a realizar o que agora estará nos nossos planos, ou seja, agradar a Deus (Fp 2.13).
 
J. I. Packer

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sabedoria infinita - John Owen (1616-1683)

 


Sabedoria infinita é parte da natureza divina e fonte de todas as obras gloriosas de Deus. "Mas onde se achará a sabedoria? E onde está o lugar da inteligência?" (Jó 28:12). Podemos ver a sabedoria pelos seus efeitos, cujo maior deles é a salvação da Igreja. O apóstolo Paulo foi chamado "A demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus" (Efésios 3:9-10).

A sabedoria divina que vemos ao nosso redor no mundo criado, mesmo sendo grande como é, ainda é pequena se for comparada com a sabedoria de Deus tornada conhecida a nós através de Jesus Cristo. Mas, apenas os crentes vêem a sabedoria de Deus em Cristo; ela não é vista pelos incrédulos (I Coríntios 1:22-24). Se formos bastante sábios para ver essa sabedoria claramente, teremos um "gozo inefável e glorioso" (I Pedro 1:8).

Devemos, também considerar o amor de Deus como parte da nature¬za divina, "porque Deus é amor" (I João 4:8). As melhores idéias dos homens são imperfeitas e afetadas pelo pecado. Pensam que Deus é in-dolente ou alguém que é simplesmente como eles mesmos (veja Salmo 50:21). Aqueles que não conhecem a Cristo não imaginam que apesar de Deus ser amor, a Sua ira "se manifesta do céu sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça" (Romanos 1:18).

Como, então, podemos conhecer o amor de Deus e ver a Sua gló¬ria nele? O apóstolo nos diz: "Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou o seu filho unigênito ao mundo para que por ele vivamos" (I João 4:9). Esta é a única evidência dada a nós de que Deus

não tivesse vindo para nos mostrar a verdadeira natureza e atividade do amor divino. Aqui vemos como Cristo é belo, glorioso, e desejável, porque Ele é quem mostra que Deus é amor.

Ver essa glória é a única maneira possível para obtermos santidade, conforto e preparação para a glória eterna. Considerem, então, o que Deus tornou conhecido sobre Si mesmo por meio do Seu Filho, especial-mente a Sua sabedoria, amor, bondade, graça e perdão. A vida de nossas almas depende destas coisas. Como o Senhor Jesus é o único caminho para essas bênçãos. Ele deve ser sumamente glorioso aos olhos dos crentes!

Há aqueles que olham para Cristo como um grande professor, mas não como a única expressão do Deus invisível. Mas se vocês têm um desejo por coisas celestiais, eu lhes pergunto: "Por que amam e confiam em Cristo? Podem dar uma razão para a esperança que existe em vocês? A razão seria porque vocês vêem a glória de Deus manifestada através de Cristo e as bênçãos da salvação que de outra forma estariam escondidas eternamente de vocês?" Há uma promessa para os dias do Novo Testa-mento que "Os teus olhos verão o Rei na sua formosura, e verão a terra que está longe" (Isaías 33:17).

O que é esta beleza de Cristo? Ela significa que Deus está nEle e que Ele é o único representante da glória de Deus a nós. Quem pode descrever a glória deste privilégio que nós, nascidos nas trevas, e destinados a ser jogados nas mais profundas trevas, pudéssemos ser trazidos até essa maravilhosa luz? "Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo" (II Coríntios 4:6).

A incredulidade cega os olhos do entendimento das pessoas. Mesmo entre aqueles que dizem ter um conhecimento de Cristo, há apenas alguns que realmente entendem a Sua glória e que são transformados em Sua semelhança. Ninguém jamais se tornará semelhante a Cristo simples-mente por imitar as Suas ações. Somente uma experiência da glória de Cristo é capaz de tornar um crente semelhante a Cristo.

A triste verdade é que os melhores de nós não desejam gastar o seu tempo pensando seriamente neste assunto. Pensamentos a respeito da glória de Cristo são muito elevados e muito difíceis para nós. Não conseguimos nos deleitar por muito tempo neles sem que fiquemos tristes e nos desviemos deles.

Não somos espirituais e os nossos pensamentos e desejos estão misturados com outras coisas. Se apenas nos despertássemos para crer nas "coisas que os anjos desejam perscrutar", a nossa força e entendimento espirituais estariam crescendo diariamente. Então demonstraríamos mais da glória de Cristo pela nossa maneira de viver e até a morte seria bem vinda a nós!   John Owen (1616-1683)

A glória do amor de Cristo – John Owen (1616-1683)

 

 

Há muitos textos das Sagradas Escrituras que se referem ao amor de Cristo. Por exemplo: "...o Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim" (Gaiatas 2:20); "Conhecemos a caridade nisto: que ele deu a sua vida por nós..." (I João 3:16); "Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados...a ele glória e poder para todo o sempre" (Apocalipse 1:5-6). A porção mais brilhante da glória de Cristo é o Seu amor. Não há nenhum terror nele, mas é atraente e nos traz refrigério.

A razão principal de Cristo tornar-Se mediador foi por causa do amor do Pai. O qual escolheu salvar um número incontável de pessoas mediante o derramamento do sangue de Cristo. E eles são santificados pelo Espírito. (II Tessalonicenses 2:13; Efésios 1:4-9). Desde que Deus é amor, qualquer comunicação que se estabeleça entre Ele e Seu povo há de ser em amor. (I João 4:8-9,16). Certamente não havia nada neles para que Deus os amasse. Qualquer coisa boa que haja em alguém é o efeito do amor de Deus nele (Efésios 1:4). O amor de Deus é a eterna fonte da qual a Igreja recebe a sua vida através de Cristo.

Vamos agora considerar o amor do Filho, que é cheio de compaixão. Apesar de sermos criaturas pecaminosas, foi possível a nossa recuperação. Deus nos escolheu como um meio de expressar o Seu divino amor e bondade. Cristo assumiu a nossa carne e sangue, não a natureza dos anjos (Hebreus 2:14-16). Ele antevia com grande gozo a salvação dos pecadores, a qual iria trazer tanta glória a Deus.


O Seu desejo e prazer de assumir a natureza humana não foram diminuídos por causa do conhecimento das grandes dificuldades que Ele teria de enfrentar. Para nos salvar, Ele teria que continuar até que Sua alma estivesse "profundamente triste até a morte". Mas isto não O deteve. O Seu amor e perdão correram como águas de uma poderosa corredeira, porque Ele diz: "Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito de mim: deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração. (Salmo 40:7-8).

Desta forma, um corpo foi preparado para Ele, a fim de dar expressão à imensurável graça e ao fervente amor que Ele possuía pela humanidade. Agora, quando pensamos no glorioso amor de Cristo, descobrimos que há em Sua natureza divina o amor de Deus, o Pai. E há mais ainda, porque quando colocou em prática esse amor, Ele foi humano também. O amor nas duas naturezas é bastante distinto, contudo vem da mesma pessoa, Cristo Jesus. Foi um ato indescritível de amor quando Ele assumiu a nossa natureza humana, porém isso foi apenas um ato de Sua natureza divina.

A Sua morte foi apenas um ato de Sua natureza humana. Os dois atos, porém, foram verdadeiramente dEle, como lemos em I João 3:16 "Conhecemos a caridade nisto: que ele deu a sua vida por nós".

Apelo a vocês para que, de contínuo, preparem as suas mentes para as coisas celestiais, meditando seriamente na glória do amor de Cristo. Isto não pode ser feito, se suas mentes estão sempre cheias de pensamentos terrenos. Não se satisfaçam com pensamentos gerais sobre o amor de Cristo, mas pensem nisso de uma forma um pouco mais detalhada.

1.      Considerem de quem é o amor: o amor do Filho de Deus, que é também o Filho do homem. Assim como Ele é único, o Seu amor também deve ser único.

2.      Pensem na sabedoria, bondade e graça demonstradas nos atos eternos de Sua natureza divina e na compaixão e amor de Sua natureza humana em tudo o que Ele fez e sofreu por nós (Efésios 3:19; Hebreus 2:14-15; Apocalipse 1:5).

3.      Merecíamos a ira, porém "Nisto está a caridade, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados" (I João 4:10). O amor de Cristo não é diminuído porque nós somos espiritualmente desagradáveis.

4. Pensem no poder deste amor quanto aos seus efeitos em nossas vidas habilitando-nos a produzir frutos para Sua glória.

É por isso que devemos meditar nos ensinamentos das Escrituras que contêm a doçura do amor de Cristo. Não se contentem apenas em ter uma idéia do amor de Cristo em suas mentes, mas provem, nos seus corações que o Senhor é gracioso (Cantares de Salomão 2:2-5). Cristo é o alimento das nossas almas. Não existe outra nutrição espiritual maior do que o Seu amor para conosco, o qual sempre deveríamos desejar.John Owen (1616-1683)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A SALVAÇÃO NÃO É PELO BATISMO

 

Agora temos de considerar outra questão. Algumas pessoas dizem que um homem não pode ser salvo sem ser batizado. Talvez alguns dentre nós não diríamos isso. Mas alguns que foram afetados pelo veneno da tradição do catolicismo romano podem estar cheios desse pensamento. Recentemente, alguns cooperadores e eu encontramos uns missionários ocidentais em Cantão. Todos eles davam muita atenção a essa questão do batismo. Há um determinado missionário em Hong Kong que é muito incisivo sobre essa questão. Eles certamente têm sua base nas Escrituras, que é Marcos 16:16: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado”. Alguns podem argumentar que isso significa que se um homem creu e não foi batizado, ele ainda não está salvo, porque esse versículo claramente diz que aquele que crer e for batizado será salvo.
Aqui gostaria de fazer uma pergunta. Que significa a salvação nessa passagem? É dito: “Quem crer e for batizado será salvo”. Mas a seguir é dito: “Quem, porém não crer, será condenado”. Nesse trecho, vemos que a salvação não deve referir-se meramente à libertação da condenação. Devemos ser cuidadosos nesse ponto. O Senhor diz que quem crer e for batizado será salvo. A frase correspondente deveria ser que aquele que não crer não será salvo. Mas é muito estranho que diz que quem não crer será condenado. Então a salvação na primeira citação não deve referir-se a não ser condenado na segunda citação. Temos de ver que não somente a salvação aqui se refere à salvação do homem diante de Deus, mas ela também se refere à salvação do homem diante dos homens. Diante de Deus, é uma questão de condenação ou não condenação. Diante dos homens, é uma questão de ser salvo ou não ser salvo. Diante de Deus, todo o que crê no Senhor Jesus não é condenado. Aquele que não crê, já está condenado. Essa é a palavra de João 3:18. Mas não se pode dizer que quem crer e é batizado não será condenado. Podemos dizer que quem crer e for batizado será salvo, mas não que aquele que crer e for batizado não será condenado. Isso é porque a condenação tem a ver com Deus. A salvação aqui nada tem a ver com Deus. A salvação tem a ver com o homem. Eis por que surge a questão do batismo. Ser condenado ou não é uma questão diante de Deus. Essa é a razão por que há somente a diferença entre crer e não crer. Ser salvo ou não, não é diante de Deus; é algo para o homem ver. Eis por que há a diferença entre batismo e não-batismo. Quando lemos a Bíblia, temos de tomar cuidado com essas diferenças. Tomaremos João 3 novamente como exemplo: O Senhor Jesus disse no versículo 5: “Se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus”. Assim, nos versículos 6 e 8, quando se menciona essa questão novamente, menciona-se apenas ser nascido do Espírito, sem mencionar ser nascido da água. A razão disso é que há dois lados para o reino de Deus. Um lado é espiritual e o outro lado é terreno. Espiritualmente falando, se um homem não nascer de novo, ele não pode entrar no reino de Deus. Isso é um fato. Mas há ainda o lado humano. Do lado humano, não existe apenas a necessidade de nascer do Espírito, mas há a necessidade de nascer da água também. A que o Espírito se assemelha? É-nos dito que o vento sopra onde quer. Podemos também dizer que o Espírito sopra onde quer. Na língua original, vento e Espírito são a mesma palavra. Ambos são pneuma. O Espírito sopra onde quer. Ninguém sabe de onde Ele vem nem para onde Ele vai. O homem não pode controlar o vento no céu. Quando ele vem, simplesmente vem. Quando ele vai, simplesmente vai. Muitas vezes nós só ouvimos o som do vento e sabemos que ele está aqui ou que já se foi. Não podemos controlar o vento no céu, mas podemos controlar a água no solo. Não tenho controle sobre o vento soprando em meu rosto. Mas posso determinar se quero entrar ou não na água. O vento sopra onde quer, mas a água vai para onde eu quero. Não posso ordenar ao Espírito nos céus que me introduza no reino. Mas posso dirigir-me para a água. Posso ter uma parte no reino de Deus na terra. Quando fui batizado, ninguém mais podia dizer que eu não pertencia ao Senhor. Eis por que o Senhor disse em Marcos 16 que quem crer e for batizado será salvo.
Qual é a diferença entre ser batizado e não entrar em condenação? Por favor, lembre-se de que a condenação é algo estritamente diante de Deus, mas a salvação é relativa; ela é algo diante de Deus e algo diante do homem também. Se estou condenado ou não é uma questão diante de Deus. Mas o fato de eu ser salvo ou não tem a ver com Deus e tem também a ver com o homem. A salvação é em relação a Deus e ao homem; a condenação é estritamente em relação a Deus. Uma vez que o homem creia, ele não será condenado diante de Deus. Aquele que não crê já está condenado. Os que estão em Cristo não serão condenados. Mas os que não crêem já estão condenados. Essa é a questão diante de Deus todo o tempo. Mas graças ao Senhor, a salvação é para com Deus e para com o homem também. Por um lado, temos de crer, a fim de que possamos ser salvos diante de Deus. Por outro lado, temos de ser batizados, para que possamos ser salvos diante do homem.
Se houver um homem hoje que continue a ser cristão secretamente, nós o reconheceríamos como cristão? Ele creu e não mais está condenado diante de Deus. Mas ninguém pode dizer que ele está salvo diante do homem. Diante de Deus, fomos libertados da condenação. Mas diante do homem temos de estar salvos. Se há uma pessoa que genuinamente creu na obra da cruz do Senhor, todavia nunca confessou com a boca nem mesmo foi batizada, os outros não saberão se ela é salva. Portanto, para ser salvo diante de Deus e sair da condenação diante de Deus há apenas uma condição, que é crer. Mas para ser salvo diante do homem há uma outra condição, que é ser batizado. Não estou dizendo aqui que o batismo não é necessário. Nós definitivamente precisamos ser batizados. O batismo tem a ver com nossa salvação. Mas essa salvação não é o que algumas pessoas pensam. Não é absolutamente uma questão de não estar sob condenação. Não diz que se não formos batizados seremos condenados. Antes, é dito que se você não crer será condenado. Diante de Deus não existe a questão do batismo; existe apenas a questão da fé. Uma vez que há fé, tudo está resolvido. O batismo não é para Deus. O batismo é para o homem. É um testemunho entre os homens, testificando da posição que alguém toma. Você é uma pessoa em Adão? ou é uma pessoa em Cristo? Esse fato é testificado pelo batismo.
Graças a Deus que o ladrão junto à cruz do Senhor foi para o paraíso. Naquela hora Pedro ainda não estava lá. Tampouco João ou Paulo. Logo após o Senhor ir ao paraíso, o ladrão O seguiu. Mas ele não foi batizado. Diante de Deus, todo aquele que invocar Seu nome, será salvo. Por que uma pessoa invoca Seu nome? Porque ela creu. Mas alguns na terra dirão que se tal pessoa é salva ou não é outra questão. Nos próximos capítulos desse livro, eu farei uma clara distinção para vocês. Parece que na Bíblia, justificação, perdão e sair de condenação são todos diante de Deus. Mas salvação é diante de Deus e diante do homem também. Se não estiver esclarecido sobre essas coisas, você criará muitos problemas. Na Bíblia, muitas passagens se referem ao que acontece diante do homem. Muitas outras passagens se referem ao que acontece diante de Deus. Se confundirmos as duas, cairemos em erro.
Eu disse que o batismo se refere ao homem sair de Adão e entrar em Cristo. De um lado está Adão. Do outro está Cristo. Temos de sair de Adão e entrar em Cristo. Como saímos? Éramos uma parte de Adão. Como podemos agora sair de Adão e entrar em Cristo? Deixem-me primeiro fazer uma pergunta: Como nós entramos em Adão? Se eu perguntar como podemos sair de Adão, alguns dirão que não sabem. Por isso pergunto como nós entramos em Adão. O caminho pelo qual entramos será o caminho para sairmos. Como nós entramos em Adão? O Senhor Jesus disse em João 3:6 que aquele que é nascido da carne é carne. Como me tornei uma parte de Adão? Eu nasci nele. Agora que você sabe como entrou, saberá como pode sair. Se você entrou pelo nascimento, você tem de sair pela morte. Isso é evidente. Mas como morremos? Deus nos crucificou quando o Senhor Jesus foi crucificado na cruz. Portanto, em Cristo nós morremos para Adão. Como, então, entramos em Cristo? O Senhor continua dizendo que aquele que é nascido do Espírito é espírito. Eu entro em Cristo também pelo nascimento. Pedro disse que fomos regenerados mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos (1 Pe 1:3). Então, foi Sua ressurreição que nos regenerou. Aqui vemos duas coisas: pela morte do Senhor, fomos libertados da família de Adão. Mediante a ressurreição, entramos em Cristo. Pela morte, fomos libertados do primeiro Adão. Mediante a ressurreição, fomos introduzidos no segundo homem. Tudo isso foi cumprido pelo Senhor Jesus. Ele morreu na cruz. Como resultado, também morremos. Ele ressuscitou. Como resultado, fomos introduzidos na nova criação.
A morte aqui é espiritual e a ressurreição também é espiritual. Mas nosso batismo é físico. Que é, então, o batismo? O batismo é nosso agir exterior. Por meio dos Seus servos, Seus apóstolos, o Senhor Jesus nos falou sobre Sua obra: Quando Ele morreu na cruz, também fomos incluídos em Sua morte. Que deveríamos fazer após ter ouvido isso? Falando de acordo com a história, isso aconteceu há dois mil anos. Já fomos crucificados há dois mil anos na cruz do Senhor Jesus. Sua palavra agora é pregada a nós. Ela nos diz que morremos. Que, então, devemos fazer agora? Certa vez fiz essa pergunta a uma mulher numa pequena vila. Ela respondeu: “Se o Senhor Jesus crucificou-me, então preciso comprar um caixão”. Está totalmente correto! O Senhor Jesus crucificou-me. Por que eu não compraria um caixão? Uma vez que Ele me crucificou devo apressar-me para ser enterrado. O batismo é a minha solicitação para ser sepultado na água porque já fui crucificado pelo Senhor. O batismo é uma resposta à crucificação que Deus realizou em nós. Deus pregou-lhe o evangelho e lhe disse que você está morto. Sua resposta é que, já que você foi crucificado, você encontrará alguém para sepultá-lo. Portanto, o batismo significa que já estamos mortos em Adão, e que outros estão me sepultando. Agora estamos na base de ressurreição. Portanto, a morte é a nossa saída de Adão, e a ressurreição é a nossa entrada em Cristo. O batismo é o nosso sepultamento. A morte é a terminação de Adão e a ressurreição é o novo começo em Cristo. O batismo é a ponte entre esses dois lados. É pelo batismo que passamos da morte para a ressurreição.
Meu amigo, o Senhor Jesus já realizou tudo. Nenhuma condição é exigida para que sejamos salvos. Tudo o que temos de fazer é simplesmente crer. Crer é receber. Preciso apenas receber porque o Senhor já fez tudo. Já não tenho de fazer mais nada. O batismo é por meio da fé. É uma ação exterior. Deixe-me perguntar-lhe: Se não há um enredo, como podemos representar? Primeiramente temos um enredo e, então, uma peça ou temos a peça primeiro e depois o enredo? Todas as peças de teatro existem porque já havia um enredo. É por já existir o fato espiritual diante de Deus que podemos exteriorizá-lo por meio do batismo. Que o Senhor seja benévolo para conosco e nos mostre que nada pode tornar-se a condição para a salvação. O batismo não tem absolutamente nada a ver com nossa salvação ou condenação diante de Deus. Saímos da condenação diante de Deus por meio da fé. Nossa ação no batismo é somente para nossa salvação diante dos homens. Que o Senhor seja benigno para conosco e nos dê clareza a respeito da nossa salvação!

A HISTÓRIA DO BOM SAMARITANO


 


Embora João 3 e outros lugares possam dizer o que dissemos, alguns podem perguntar: “E Lucas 10?” Vamos agora ler o que diz Lucas 10. Lucas 10:25 começa: “E eis que certo doutor da lei se levantou”. Esse homem tinha uma profissão errada. “Certo doutor da lei se levantou e O pôs à prova”. Seu motivo estava errado. Sua intenção não era correta. “Dizendo: Mestre”. Ele tinha um entendimento errado. Sua compreensão a respeito do Senhor estava errada. Ele não sabia quem o Senhor era. “Que farei para herdar a vida eterna?” Sua pergunta estava errada. Eis aqui um homem que estava errado em sua profissão, errado em seu motivo, errado em sua intenção, errado em seu conhecimento do Senhor, e errado na pergunta que fez.


Ele perguntou: “Que farei para herdar a vida eterna?” Que disse Jesus? “Disse-lhe Jesus: Que está escrito na lei?” Você é um intérprete da lei. Você deveria ter conhecimento do que a lei diz. “Como lês?” Alguma coisa deve estar escrita na lei. Mas o homem pode estar errado ao interpretá-la. O Senhor está fazendo uma pergunta dupla . Que está escrito na lei, e que você compreendeu dela? Algumas vezes, a lei é escrita de uma maneira, mas o homem a interpreta de outra. “Ele respondeu”. Ele respondeu que isso é o que a lei diz e é assim que ele a interpreta. “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de toda a tua força e de toda a tua mente; e ao teu próximo como a ti mesmo”. Esse intérprete estava muito familiarizado com a lei. Ele sabia que o resumo da lei é amar a Deus de todo nosso coração, de toda nossa alma, de toda nossa força e de todo nosso entendimento, e amar ao próximo como a nós mesmos. Ele pôde resumir toda a lei nessa frase. Ele era um homem inteligente. Provavelmente todo aquele que vem pôr à prova é inteligente. Somente os inteligentes procuram pôr à prova. Que é pôr outros à prova? Os que querem ser ensinados fazem perguntas, e os que vêm pôr à prova também fazem perguntas. Os que querem aprender fazem perguntas porque não entendem. Os que querem pôr à prova fazem perguntas porque entendem. Alguns perguntam porque não entendem; eles vêm humildemente para ser ensinados. Alguns perguntam porque entendem; querem mostrar a você o quanto entendem. Essa é a razão de pôr à prova. Esse homem veio ao Senhor perguntando como ele poderia ser salvo. Ele disse que queria a vida eterna e a vida de Deus. Então, ele deveria fazer o quê? O Senhor disse: “Que está escrito na lei? Como lês?” O homem repetiu de cor. Ele sabia disso há muito tempo. É preciso amar a Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua força e de todo o seu entendimento e é preciso amar o próximo como a si mesmo. Ele sabia tudo isso. Eis por que ele repetiu essas palavras de maneira tão correta. Quando respondeu dessa maneira, o Senhor lhe disse para fazê-lo, e, então, ele teria condições de herdar a vida eterna.


Aqui está um problema. O que quer que o Senhor Jesus quisesse dizer quando falou ao intérprete, e quaisquer que fossem as circunstâncias, todos os que não estão familiarizados com a verdade e com o significado da palavra de Deus diriam: “Não está claro o bastante que para ter vida eterna um homem deve amar a Deus e amar seu próximo? Se um homem não ama a Deus e ao próximo, não é verdade que ele não poderá ter a vida eterna?” Apesar de o Evangelho de João mencionar oitenta e seis vezes que a vida eterna é obtida mediante a fé, alguns podem dizer que o Evangelho de Lucas diz ao menos uma vez que a vida eterna é obtida mediante o amor a Deus. Se um homem não amar a Deus ou a seu próximo, ele não tem possibilidade de ser salvo.


Se for assim, gostaria de perguntar se algum de nós já amou a Deus dessa forma, isto é, com todo o coração, com toda a alma, com toda a força e com todo o entendimento. Não, ninguém amou assim. Não há uma só pessoa que ame a Deus com todo o coração, toda a alma, toda a força e todo o entendimento. Ninguém pode dizer que ama seu próximo como a si mesmo. Não há tal pessoa. Uma vez que não existe tal pessoa, ninguém ganharia a vida eterna. Precisamos compreender por que o Senhor Jesus disse que devemos amar a Deus com todo o nosso coração, toda a nossa alma, toda a nossa força e todo o nosso entendimento. Agradecemos ao Senhor porque a Bíblia é, sem dúvida, a revelação de Deus. Não há absolutamente erro algum nela. Eis a razão por que eu amo ler a Bíblia. Se essa passagem que começa em Lucas 10:25 terminasse no versículo 28, as verdades da Bíblia se contradiriam. Se fosse esse o caso, o homem teria de amar a Deus de todo o coração, toda a alma, toda a força e todo o entendimento. Nenhum desses quatro “todo” poderia ser esquecido. Mas se esse fosse o caso, ninguém jamais poderia ser salvo. Graças ao Senhor que após o versículo 28, há muito mais versículos. Vamos continuar a lê-los.


Ainda bem que esse homem era muito importuno. Ele, porém, queria justificar-se. Ele fez essa pergunta por nenhuma outra razão senão justificar-se. “[Ele] perguntou a Jesus: quem é meu próximo?” O Senhor disse que ele tinha de amar ao Senhor seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua força e de todo o seu entendimento e amar a seu próximo como a si mesmo. Seria grcosseiro para ele perguntar quem seu Deus era. Poderia ele, um intérprete da lei, não saber quem nosso Deus é? Seria também difícil para ele perguntar quem ele próprio era, pois de todos os homens na terra somente os filósofos não sabem quem eles mesmos são. Sem nada mais para perguntar, ele perguntou quem era seu próximo. “Agora você está dizendo que eu tenho de amar meu próximo como a mim mesmo. Mas quem é meu próximo?” Do versículo 30 em diante, o Senhor lhe disse quem era seu próximo. Ele começou a contar-lhe uma história.


Esta história é uma das mais comuns e familiares na igreja. Seria bom que a lêssemos juntos:


“Jesus prosseguindo, disse: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó, caiu em mãos de salteadores, os quais, depois de o terem despojado e espancado, retiraram-se, deixando-o semimorto.


Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho; e, vendo-o, passou de largo.


Semelhantemente, também um levita chegando àquele lugar e vendo-o, passou de largo.


Mas certo samaritano, que ia de viagem, chegou perto dele e, vendo-o, moveu-se de compaixão.


E, chegando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele.


No dia seguinte tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e o que quer que gastares a mais, eu to restituirei quando voltar.


Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?”.


Estamos muito familiarizados com essa história. Vamos gastar algum tempo considerando-a. Esse homem ia do lugar de paz para o lugar de maldição. Jerusalém significa paz e Jericó significa maldição. Ele não ia de Jericó a Jerusalém, uma viagem ascendente. Era de Jerusalém a Jericó, uma viagem descendente. Ele ia de um lugar de paz para um lugar de maldição. Esse homem estava na condição descendente. Ele encontrou salteadores no caminho. Não era um salteador, mas uma quadrilha de salteadores, que lhe roubaram tudo o que tinha, despiram-no de suas vestes e o deixaram nu. Eles o agrediram até que ficasse semimorto; ele estava a ponto de perder a própria vida. A Bíblia nos mostra que as vestes de um homem são seus atos e o ser de um homem é sua vida. Aqui os atos brilhantes são roubados e levados embora. A vida que permanece somente tem um corpo que está vivo; o espírito está morto. Esse é um homem semimorto. Todos os leitores da Bíblia sabem que essa é a descrição da nossa pessoa. Desde o tempo em que o homem foi tentado pela serpente no jardim do Éden e desde que começou a pecar, ele nunca experimentou paz na jornada de sua vida. O homem é continuamente tentado por Satanás. O resultado é que todos os seus atos exteriores são levados embora. Até seu espírito está mortificado. Ele está vivo quanto ao corpo, mas morto quanto ao espírito. O homem nada pode fazer quanto a sua condição. Ele pode apenas esperar que os outros venham e o salvem.


Um sacerdote vinha por ali. Ao ver esse homem, ele passou de largo. Um levita também vinha. Após ver o homem, ele também passou de largo. Os sacerdotes e os levitas são os dois principais grupos de pessoas no Antigo Testamento. No Antigo Testamento toda a lei está nas mãos dos sacerdotes e dos levitas. Se você tirar os sacerdotes e os levitas, não haverá mais lei. Para um pecador semimorto, alguém subjugado por Satanás, à espera de ir para a destruição e não tendo virtudes exteriores, nada havia a fazer senão esperar pela morte. Que os sacerdotes lhe diriam ? Os sacerdotes lhe diriam: “Ame o Senhor seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua força e de todo o seu entendimento e você se levantará e andará”. O levita também viria e dir-lhe-ia: “Está certo. Mas você também deve amar ao seu próximo como a si mesmo”. Essas são as mensagens deles. Eis o que um sacerdote e um levita diriam a um homem à beira da morte. “É verdade que você está semimorto e que suas vestes brilhantes foram roubadas. Mas se fizer o bem poderá ser salvo”. Esse é o significado de amar a Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua força e de todo o seu entendimento. Isso é o que significa amar a Deus. Se você vir alguém que não tenha sido agredido, este alguém ainda pode ter o coração, a alma, a força e o entendimento para fazer algo. Ainda será possível para ele amar a Deus de todo o coração, de toda a alma, de toda a força e de todo o entendimento. Seria possível dizer-lhe isso se ele ainda estivesse em Jerusalém. Mas o problema hoje é que ele já não mais está em Jerusalém. Ele está em viagem e está morrendo. Esses mandamentos não podem ajudá-lo. Além disso, por favor, lembre-se de que hoje não é uma questão de dar nosso “todo”, mas de receber alguma ajuda. Eis aqui um homem que está doente e moribundo. Ele está vivendo em pecado. Ele não pode fazer coisa alguma quanto a sua própria condição. Se você disser a tal pecador para amar a Deus de todo o coração, alma, força e entendimento, ele lhe dirá que nunca amou a Deus em sua vida. Se você disser que ele tem de amar a seu próximo, ele lhe dirá que tem roubado os outros por toda a vida. Que você deveria dizer a um homem que está a um passo da eternidade? Nessa situação, os sacerdotes e os levitas não são de nenhuma ajuda. Eles apenas podem passar de largo. Quando eles vêem esse tipo de homem, eles não podem ajudá-lo.


A palavra sobre amar a Deus de todo o coração, alma, força e entendimento e amar o próximo como a nós mesmos não é para nos ajudar a herdar a vida eterna. É apenas para mostrar-nos que tipo de pessoa somos. Se você nunca tiver ouvido uma palavra sobre amar a Deus, não saberá quão importante é amar a Deus. Se nunca tiver ouvido coisa alguma sobre amar seu próximo, você não saberá como é importante amar o próximo. Uma vez que tenha ouvido a palavra sobre amar seu próximo, você perceberá que nunca amou seu próximo. Realmente, as palavras na lei tais como amar a Deus, amar ao próximo, não cobiçar nem matar, existem apenas para expor nossa pecaminosidade. Elas nos mostram nossa condição. O propósito da lei, como Tiago disse, é simplesmente servir como espelho. Ela mostra quem você é. Você não sabe qual é a aparência do seu rosto. Mas se você olhar num espelho, verá o que você é. Antes você não sabia que não amava a Deus. Agora você sabe. Não somente não há o amor de todo o coração, toda a alma, toda a força e todo o entendimento, como também não há qualquer amor para com Deus. Não somente não há amor a Deus, não há nem mesmo amor pelo próximo. Os salteadores já roubaram você. Ainda assim você não sabe o que aconteceu. Agora, com a lei, você sabe. Você foi agredido pelos salteadores, deixado semimorto e despojado de suas vestes nem sabia disso. Agora você sabe. Que, então, fizeram os sacerdotes e os levitas? Eles vieram dizer a você: “Meu amigo, você sabe que foi agredido pelos salteadores? Sabe que suas vestes foram levadas? Sabe que você está semimorto?”


Pouco depois chegou outra pessoa. Essa pessoa era o bom samaritano. “Certo samaritano, que ia de viagem, chegou perto”. Diferentemente dos outros dois, este estava em seu caminho. O sacerdote descia por acaso. O levita também descia por acaso. Mas o samaritano estava em seu caminho. Ele veio com o propósito de salvá-lo. “E, vendo-o, moveu-se de compaixão”. Ele teve amor e compaixão. Além disso tinha consigo óleo e vinho. Assim, ele pôde cuidar dos ferimentos do que fora agredido pelos salteadores. Quem é esse samaritano? João 4:9 nos diz que os judeus não se davam com os samaritanos. Todos os mencionados nessa história eram judeus. O que foi assaltado pelos salteadores era judeu. O sacerdote era judeu. O levita era judeu. Que representam os judeus? E que representam os samaritanos? Os judeus representam a nós seres humanos. E o samaritano? Os samaritanos nada têm a ver com os judeus. Eles não se misturam com os judeus. Eles estão separados dos judeus e acima deles. Sabemos que esse samaritano é o Senhor Jesus. Um dia, quando o Senhor Jesus estava na terra, um grupo de judeus criticou-O e O injuriou com duas afirmações muito fortes, dizendo que Ele era samaritano e que tinha demônio (Jo 8:48). Por favor, observe que na resposta de Jesus Ele disse que não tinha demônio. Os judeus disseram que Ele era samaritano e tinha demônio. O Senhor negou que tivesse demônio, mas não negou que fosse samaritano. Assim, o samaritano aqui se refere ao Senhor Jesus. João nos mostra que em tal tipologia Ele é um samaritano.


Esse samaritano veio propositadamente a este homem semimorto. Quando viu o homem, foi movido de compaixão e o salvou com duas coisas. Uma foi vinho, e a outra, óleo. Ele derramou óleo e vinho, aplicou-os sobre as feridas e curou-as. Temos de ver que isso é após o Gólgota e após o Pentecoste. Não é em Belém. Se fosse em Belém, teria sido o vinho sobre o óleo. Mas desde Jerusalém e desde a casa de Cornélio, é o óleo sobre o vinho. O vinho representa a obra do Gólgota. O óleo representa a obra no dia da ressurreição e no dia de Pentecoste. O vinho é simbolizado pelo cálice na mesa do Senhor. Quando você fica doente, o que os irmãos responsáveis levam até sua casa é o óleo. O que está representado ali é o que é tratado aqui. Em outras palavras, o vinho é a obra de ressurreição, e o óleo é a obra de comunhão. O vinho simboliza o sangue do Senhor ao redimir-nos, e o óleo simboliza o Espírito Santo aplicando a obra do Senhor a nós. Isso é significativo. Se fosse derramado somente o óleo , sem o vinho, não haveria base para nossa salvação. Se não houvesse óleo, a salvação não teria qualquer efeito. Sem a cruz, seria injusto Deus perdoar nossos pecados. Significaria que Ele estava tratando com nossos pecados de maneira relaxada. Significaria que Ele estava mascarando nossos pecados. Mas sem o óleo, embora Deus pudesse ter cumprido a redenção em Seu Filho e resolvido o problema do nosso pecado, essa obra não poderia ser aplicada a nós; ainda estaríamos feridos.


Aqui vemos que há óleo e há vinho. Além do mais, o óleo é mencionado primeiro. É o Espírito Santo que tem aplicado a obra do Senhor sobre nós. Esse é o processo da salvação. É o óleo que é mesclado ao vinho. O Espírito Santo nada faz senão trazer até nós a obra do Senhor. Quão maravilhoso isso é! Muitas de nossas irmãs são enfermeiras. Também temos dois irmãos aqui que são médicos. Vocês sabem que a função do vinho é totalmente negativa? Ele é usado como desinfetante. Isso significa que a redenção do Senhor é para com os pecados imundos e passados. O óleo está ali para ajudar o vinho. Aqui, por um lado, há o remover do que estava no primeiro Adão. Por outro lado, há a nova vida proveniente do Espírito Santo. Somente por meio disso pode o homem moribundo ser curado. Mais tarde falarei mais sobre essa questão, se tiver oportunidade.


Depois que o bom samaritano curou as feridas do homem agredido pelos salteadores, que aconteceu em seguida? Ele o colocou sobre a sua própria montaria. A montaria denota viagem. Com uma montaria você pode viajar sem dispender muito esforço. Quando há uma montaria, não tenho de viajar por meu próprio esforço; o meu animal me carregará. Onde ia o meu animal? Ele ia para a estalagem. Essa estalagem é a casa de Deus. Quando esse homem é levado até Deus, Deus cuida dele.


Qual é o significado de dois denários? Todos os metais na Bíblia têm seu significado. Ouro, na Bíblia, significa a natureza, vida, glória e justiça de Deus. Bronze, na Bíblia, significa julgamento de Deus. Todas as passagens, na Bíblia, que exigem julgamento têm bronze. O altar era de bronze, a bacia era de bronze e a serpente erguida no deserto era de bronze. Os pés do Senhor eram como bronze reluzente; eles são para esmagar. Na Bíblia, ferro significa autoridade política. Mas prata em toda a Bíblia significa redenção. Todas as vezes que a redenção é mencionada, a prata está presente. No Antigo Testamento o dinheiro pago pela redenção foi prata. Os dois denários aqui significam o preço da redenção. Os dois denários foram entregues ao hospedeiro. Essa é nossa salvação. Por causa disso, Deus aceitou todos os que confiam Nele. Espiritualmente falando, a hospedaria significa a casa celestial de Deus. Fisicamente falando, ela significa a igreja. “O que quer que gastares a mais, eu to restituirei quando voltar”. Após sermos salvos, estamos na igreja esperando pela volta do Senhor. Esses pontos não são meu assunto principal, mas eu os menciono de passagem.


O intérprete perguntou ao Senhor: “Quem é meu próximo?” Depois que o Senhor contou-lhe essa história, Ele dirigiu-se ao intérprete da lei com uma pergunta: “Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?” Se ouvir cuidadosamente esta palavra, você perceberá que o Senhor estava dizendo ao intérprete que ele era aquele que caiu nas mãos dos salteadores.


Muitos hoje aplicam essa passagem incorretamente. Eles pensam que o Senhor Jesus quer que amemos nosso próximo como a nós mesmos. Nas escolas bíblicas, na escola dominical e nos cultos de domingo, todos dizem às pessoas que elas têm de ser um bom samaritano. Você tem de amar o próximo, mostrar misericórdia para com ele e ajudá-lo. Para eles, quem é o próximo? É aquele que foi agredido pelos salteadores. E quem somos nós? Somos o bom samaritano. Mas isso é exatamente o oposto do que o Senhor Jesus estava dizendo. O que o Senhor queria dizer era que nós somos os que foram agredidos pelos salteadores. Quem, então, é nosso próximo? Nosso próximo é o bom samaritano. Pensamos que somos o bom samaritano. Nós podemos mover-nos. Podemos andar. Quando vemos os subjugados pelo pecado, somos capazes de ajudá-los. Mas o Senhor Jesus disse que não somos o bom samaritano. Antes, precisamos do bom samaritano. Somos o homem ferido pelos salteadores na viagem. Somos os que estão à beira da morte. Não temos quaisquer boas obras. Quem é nosso próximo? Ele é o bom samaritano. Que é amar ao nosso próximo como a nós mesmos? Não é dito que devemos amar os outros como a nós mesmos. Significa que devemos amar o Salvador como a nós mesmos. Não significa que devemos primeiro amar os outros antes que possamos herdar a vida eterna. Antes, significa que se amarmos o Salvador, o Samaritano, certamente teremos vida eterna.


O problema hoje é que o homem continuamente pensa em obras. Quando lê Lucas 10, ele diz a si próprio: “Alguém está ferido. Alguém está morrendo. Se eu cuidar dele e amá-lo, serei um bom samaritano e terei vida eterna”. Pensamos que quando ajudamos os outros, herdaremos a vida eterna. Mas o Senhor Jesus disse que se você permitir que alguém ajude você, você terá vida eterna. Ninguém entre nós está qualificado a ser o bom samaritano. Graças ao Senhor, não temos de ser o bom samaritano. Já temos um bom samaritano. Este samaritano, que outrora nada tinha a ver conosco, agora veio. Ele morreu e resolveu o problema dos pecados. Agora ressuscitou e nos deu redenção. Ele está nos ajudando e nos introduzindo no céu, para que Deus possa nos aceitar e cuidar de nós.


Finalmente, temos o versículo 37: “Ele respondeu: O que usou de misericórdia para com ele”. Nesse momento, o intérprete respondeu corretamente. Ele respondeu que era o que usou de misericórdia para com ele. O que usa de misericórdia para comigo é meu próximo. Meu próximo é o samaritano que parou para derramar sobre meus ferimentos o óleo e o vinho, que me colocou sobre a montaria e me levou à hospedaria. Meu amigo, a questão toda não é ser o próximo de alguém. Antes, é aquele que usou de misericórdia para com você, tornar-se seu próximo.


O Senhor Jesus disse: “Vai, e faze tu de igual modo”. Essa palavra confunde muitas pessoas. Elas pensam que o Senhor estava nos dizendo para ajudar os outros. Mas o que esta palavra significa é que seu próximo é o bom samaritano. Portanto, você deve aceitá-Lo como seu Salvador. Uma vez que o seu próximo é o bom samaritano, você deve ser o que foi agredido pelos salteadores. Isso nos mostra que enquanto estávamos prostrados ali, Ele veio e nos salvou. Nunca diga que podemos fazer algo por nós mesmos. Nunca diga que temos o caminho. Ele está nos mostrando que devemos deixá-Lo fazer. Temos de deixá-Lo derramar óleo e vinho em nossas feridas. Temos de deixá-Lo curar nossos ferimentos. Temos de deixá-Lo colocar-nos sobre a montaria e levar-nos até a hospedaria. Temos de deixá-Lo fazer a obra de cuidar de nós. Temos de ser como aquele ferido. Não devemos ser como o samaritano. A maior falha humana é pensar que o homem deve fazer algo. O homem sempre quer ser seu próprio salvador. Ele sempre quer salvar os outros. Mas Deus não nos mandou ser o salvador. Deus diz que somos os que devem ser salvos.


Assim, a palavra do Senhor respondeu totalmente à pergunta do intérprete. Isso não significa que não se deve amar a Deus com todo o coração, toda a alma, toda a força e todo o entendimento. A questão é se é capaz ou não de fazer isso. Não, nós não podemos fazê-lo. Temos uma vida ferida. Realmente, nossa condição verdadeira é que estamos mortos. Nosso corpo está vivo, mas nosso espírito está morto. Precisamos da salvação. Não podemos ajudar a Deus. Nem podemos ajudar ao homem. Se pensamos que podemos fazer algo, não experimentaremos o perdão dos pecados. A obra da cruz e a obra do Espírito Santo não virão sobre nós.


Por isso, lembrem que Lucas 10:25-37 nunca nos diz que o homem é salvo por amar a Deus. Pelo contrário, é-nos dito que o samaritano compadeceu-se primeiro, antes que nós pudéssemos amar. É Ele quem ama primeiro, e então nós podemos amar. Antes que Ele nos ame, não podemos amar. É verdade que se algum homem não ama ao Senhor, ele é amaldiçoado. Podemos dizer isso. Em Lucas 7, o Senhor Jesus disse a Simão que a quem muito se perdoa, muito ama e a quem se perdoa pouco, pouco ama. O amor segue o perdão. Não é uma questão de que aquele que ama muito recebe muito perdão e aquele que ama pouco, recebe pouco. O quanto uma pessoa é perdoada, é o quanto ela ama. Um cristão ama ao Senhor porque Ele o salvou. Se você não consegue nem mesmo amar o Samaritano, então não sei o que dizer de você. Não há tal pessoa na terra. Não há uma pessoa na terra que não ame ao Senhor; todos devem amá-Lo ao menos um pouquinho. O Senhor disse que aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama. Não diz que não há amor. Todos O amam em maior ou menor extensão. Contudo, a condição da salvação não é nosso amor. Se fui salvo porque amo ao Senhor, então qualquer pessoa pode ver que isso não é confiável. Dentro de dois ou três dias posso mudar muitas vezes. Sou alguém que foi agredido por salteadores. Eu estou prostrado ali. Nada posso fazer. Estou em fase terminal. Não amo ao Senhor de todo o meu coração e não amo ao meu próximo. Mas agora permito a Ele que me salve. Depois que me salvou, eu posso amá-Lo. Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro. É o amor de Deus em nós que produz o nosso amor por Ele. É totalmente impossível que nós por nós mesmos produzamos amor por Deus.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

'A Mais Importante Mensagem Já Oferecida à Igreja'




A Igreja tem sido muito forte em ensinar ao homem sua necessidade de Justiça, sua fraqueza e sua incapacidade de agradar a Deus.


A maioria dos cristãos têm sido mantidos sob condenação, já que a Igreja nunca falou sobre o que nós somos em Cristo, que estamos em Cristo agora… Nunca falou que tudo que Cristo fez por nós está disponível AGORA.


Não temos que esperar irmos ao Céu para entrarmos naquilo que Cristo fez por nós… É nosso para entrarmos AGORA!


Deus, Ele mesmo é a nossa Justiça… Somos a Justiça de Deus Nele. Somos participantes da divina natureza no momento que cremos em Cristo e entramos na família de Deus.


Se você vive uma vida de fraqueza e derrota, é por que você não sabe o que você é em Cristo.


A suprema necessidade da Igreja neste tempo é saber o que somos em Cristo e como o Pai, Ele mesmo nos vê.


Justiça significa a capacidade de ficar na presença de Deus Pai sem o senso de culpa ou inferioridade.


A menos que você saiba quem você é, e o que você é em Cristo, você não pode viver uma vida vitoriosa… Satanás, o pecado e a doença serão seus senhores. No instante que sabe que é a Justiça de Deus em Cristo, e compreende o que essa Justiça significa, satanás é derrotado.     (e w kenyon)

Se algum dia alguém...

“Se algum dia alguém o perturbar dizendo que você precisa dessa ou daquela experiência mística ou espiritual, NÃO ACREDITE. O Espírito de Deus, agindo por meio de Sua Palavra é suficiente para torná-lo totalmente maduro em Cristo”.


sábado, 28 de maio de 2011

JUSTIÇA E NÃO SACRIFICIOS











O SENHOR diz ao seu povo: — Eu odeio, eu detesto as suas festas religiosas; não tolero as suas reuniões solenes. Não aceito animais que são queimados em sacrifício, nem as ofertas de cereais, nem os animais gordos que vocês oferecem como sacrifícios de paz. Parem com o barulho das suas canções religiosas; não quero mais ouvir a música de harpas. Em vez disso, quero que haja tanta justiça como as águas de uma enchente e que a honestidade seja como um rio que não para de correr.  (AMÓS 5.21-24)





quarta-feira, 4 de maio de 2011

A Religião Verdadeira

 

Qual é a religião verdadeira? Está é uma das perguntas mais freqüente na história da humanidade. Eu gostaria de mencionar algo que na Bíblia está muito claro.
Ao invés de perguntarmos “qual ?” deveríamos perguntar “quem ?” .
Quem é a verdadeira religião ?
A palavra religião quer dizer religar, religar-nos a Deus.  E não existe uma coisa que nos ligue a Deus, existe uma, e somente uma Pessoa que nos religa a Deus, Jesus Cristo.
João 14:6 
Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
Ninguém vem ao Pai senão por mim.
Romanos 5:1
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo
2 - por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes.
Romanos 5:10
 ...fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho
11 - e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.
1 - Coríntios 15:57
Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.
2 - Coríntios 3:4 
E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus;
Somente Jesus tem o poder de no religar a Deus. Nenhum outro ser pode fazer isso. Muitos são devotos de Maria e de muitos outros “santos” que a igreja católica ensinou  serem intercessores por nós, mas a Bíblia reconhece apenas Jesus como nosso intercessor e nosso advogado.
1 Timóteo 2:5 
Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.
I João 2:1
Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.

A Videira

Se quisermos ser salvos, é necessário estarmos ligados a Jesus.
Permanecermos Nele o tempo todo.
Jesus disse que devemos ficar ligados a Ele assim como os ramos da videira estão ligados a ela.
Isto significa uma dependência vital.
Devemos demonstrar através de nossas atitudes que não conseguimos viver sem Jesus. 
Temos que ter comunhão diária, momento a momento, com Ele.
João 15: 1
Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.
4 - permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.
5 - Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.

O Conhecimento que Salva

Quem é fã de algum ator, cantor, jogador de futebol etc., pode saber muitas coisas a respeito de seu ídolo, porém o fã não tem uma vida em comunhão com seu ídolo. Muitas vezes nunca nem sequer conversaram. Há várias pessoas que até conhecem a respeito de Deus, mas não possuem comunhão com Ele. Elas não O conhecem. Tudo o que estudamos na Bíblia deve servir para que possamos ter um melhor conhecimento de Jesus. E este conhecimento deve nos levar a termos uma relação íntima com Ele.  A maioria das pessoas que diz amar a Jesus, mal gasta tempo para conversar com Ele. Não lêem a Sua Palavra, não fazem parte de Seu povo, não fazem a obra que Ele designou que fizessem e mesmo assim elas dizem que amam a Jesus. Mas isto é impossível. Existem adesivos colocados em alguns carros que dizem:  “se você ama a Jesus, toque a buzina de seu carro.” Outros adesivos dizem: “se você ama a Jesus, sorria.”   Mas o que disse o próprio Jesus a respeito disso? Como você pode provar que O ama?
João 14:15
Se me amardes, guardareis os meus mandamentos.
Esta é a prova que O amamos, a guarda de Seus mandamentos. Precisamos conhecer a Jesus, e não simplesmente conhecer sobre Ele. Conhecer a Jesus é o único conhecimento que salva.
João 17:3
E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.
Oséias 6:3
Comecemos e prossigamos em conhecer ao SENHOR
I João 2:4
Aquele que diz: Eu conheço-o e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade.
1 João 4:7
Amados amemos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
1 João 4:8
Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.

Jesus é a Religião Verdadeira

Somos convidados por Jesus a sermos Suas testemunhas. Muitas pessoas religiosas testemunham apenas de suas igrejas, amam mais suas igrejas do que ama o Senhor Jesus.  Mas Jesus é a única religião que salva.  Não deixe que ninguém roube esta certeza de você.
Atos 1:8
 ... E sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.

Mario Cléto

CRISTO É O QUINHÃO QUE SATISFAZ A ALMA


Considerar Cristo como o quinhão que satisfaz, enche a alma e é uma expressão de fé, confiança e contentamento. Na verdade, nada satisfaz tanto as entranhas como a Pessoa de Cristo. Paulo considerou todas as coisas como esterco por causa de Cristo. Este era a razão de sua vida. Para Paulo não havia felicidade fora de Cristo. Não havia satisfação plena fora dele. Cristo sempre foi para ao apóstolo aos gentios a mensagem central. Por esta razão, ele declarou aos irmãos em Corinto: “Resolvi nada saber entre vós, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado” (1 Co 2.2). Cristo deve ser a razão de vivermos plenamente.
Jonathan Edwards foi muito sábio quando declarou: “Os que têm a Cristo, esses têm um quinhão que satisfaz a alma. Desfrutam dos prazeres e dos consolos mais verdadeiros. Nisto devemos encontrar a própria felicidade da alma. Menos sujeitos a acidentes e mudanças…Este é o melhor emprego para o entendimento…Os que têm a Cristo, esses têm riquezas maiores e melhores do que outros…Melhor honra…prazeres muito melhores do que os dos homens sensuais. Os gozos são agradavelmente mais prazerosos do que já desfrutaram os maiores epicureus. [Não existem] prazeres como os que resultam das iluminações do Espírito de Cristo, das descobertas da beleza de Cristo e das manifestações de Seu amor”. Sem duvida: Cristo é o nosso contentamento. Ele deve ser tudo em todos (Cl 3.11). Cristo é a satisfação da sua alma?
Para Paulo o viver era Cristo e o morrer, lucro (Fil 1.21). Pedro reconheceu a suficiência de Cristo quando disse: “Senhor, para quem iremos nós? Só tu tens palavras de vida eterna.” (João 6.68). Aqui está a suficiência do Salvador. Não precisamos de adereços. Cristo é o TUDO em nosso NADA. Quando Pedro, Tiago e João deixaram seus barcos, suas redes, enfim, sua companhia de pesca, foram motivados pelo tesouro maior que é Cristo. Eles deixaram tudo porque Jesus era muito mais do que tudo que eles possuíam. Paulo considerou todos os tesouros do conhecimento, todos os títulos, tudo, de somenos importância por causa da ‘excelência do conhecimento de Cristo, o Senhor’. Tudo como esterco para poder ganhar a Cristo (Fil 3.7-11). Quando Jesus é o nosso TUDO, as coisas não são mais preponderantes em nós. Cristo é a pérola de valor incomparável. Ele é o tesouro incalculável. Ele é a escolha que determina as nossas escolhas. É o nosso referencial para tomarmos as decisões da vida. O nosso modelo de alguém que deixou a glória dos céus para dar a sua por nós sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8). Que Ele seja sempre o quinhão da nossa alma para a Glória do Pai.

Oswaldo Luiz Gomes Jacob

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A natureza tripla do homem

 
O homem é um ser triplo – Corpo, alma e espírito.
A educação do homem deveria cobrir seu ser inteiro.
Treinar somente o fisíco fazer um lutador premiado.
Treinar somente o mental a fazer anarquista intelectual.
Treinar somente o espírito e a fazer um fanático.
Mas Deus planejou desenvolver o homem inteiro.
A natureza espiritual do homem é a capacidade cultural que o possibilita conhecer Deus e conversar inteligentemente com Ele.
Era o sonho de Deus que o homem fosse sua companhia, então suas faculdades espirituais foram originalmente feitas para esse sonho.
Através da Queda o homem foi alienado de Deus.
Suas faculdades espirituais foram grandemente prejudicadas com tudo através de Cristo essa comunhão perdida é restaurada.
A faculdade espiritual do homem é capaz de desenvolvimento maravilhoso, contudo nossas instituições educacionais falham em reconhecer suas possibilidades.

Deve haver uma educação tripla para se fazer uma sociedade sana, segura e progressiva.
Um talento puramente intelectual falta equilíbrio, falta de governo e disciplina que somente espiritual pode dar.
Isso explica a onda de crimes que está varrendo a terra.
Por duas gerações temos desenvolvido o físico e mental ao invés do espiritual.
Onde as crianças não têm nenhum treinamento espiritual em casa ou na escola, e não são levados em contato com Ele na Igreja, eles desenvolvem inconscientemente um individualismo anormal.
Essa é à base da anarquia.
Todo o homem se torna uma lei para si mesmo. A gratificação de seus desejos, realizações de seus planos, a ignorância da responsabilidade pessoal em relação ao seu irmão é o resultado.
E. W. Kenyon

Agindo na Palavra

O maior combate que qualquer filho de Deus sempre lutará é a combate da fé. Geralmente imaginamos porque é tão difícil crê em Deus.
A razão é que somos rodeados por uma atmosfera antagônica que é presidida pelo inimigo de toda Justiça, vivemos em um mundo irreal, somos rodeados por correntes de descrenças tão sutis que quase não se percebem, e tão irresistíveis que somente poucos levantam sobre elas.

Crer em Deus para as finanças é uma luta contínua contra as correntes materialistas que nos cercam.
Crê em Cristo para a vitória sobre o pecado é um combate durante toda a hora de consciência com as hostes espirituais da escuridão.
Crê em Deus para o corpo físico quando se está doente é levantar uma batalha contra os séculos de confiança na medicina.

Então não é completamente estranho que tantas falhas em suas vidas de fé e nós não deveriam ser duros em censurar contra aqueles que falham.
E. W. Kenyon

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Como posso criar um criminoso?









A Bíblia nos ensina em Provérbios 22.6: "Ensina a criança no caminho que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele." A chefia de polícia de Houston, Texas (EUA), publicou as seguintes diretrizes irônicas sobre a educação de filhos:






Como posso conduzir meu filho a caminhos errados?




Desde pequeno, dê ao seu filho tudo que ele deseja.


Ache graça quando seu filho disser palavrões, pois assim ele ficará convencido da sua originalidade.


Não lhe dê orientação espiritual. Espere que ele mesmo escolha "sua religião" depois dos 21 anos de idade.


Nunca lhe diga que ele fez algo errado, pois isso poderia deixá-lo com complexo de culpa.


Deixe que seu filho leia o que quiser... A louça deve ser esterilizada, mas o espírito dele pode ser alimentado com lixo.


Arrume pacientemente tudo que ele deixar jogado: livros, sapatos, meias. Coloque tudo em seu lugar. Assim ele se acostumará a transferir a responsabilidade sempre para os outros.


Discuta freqüentemente diante dele, para que mais tarde ele não fique chocado quando a família se desestruturar.


Dê-lhe tudo em comida, bebida e conforto que o coração dele desejar. Leia cada desejo nos seus olhos! Recusas poderiam ter perigosas frustrações por conseqüência.


Defenda-o sempre contra os vizinhos, professores e a polícia; todos têm algo contra seu filho!


Prepare-se para uma vida sem alegrias – pois é exatamente isso que o espera!


Quem "educar" seus filhos dessa maneira, realmente deve esperar anos difíceis, pois a Bíblia diz em Provérbios 29.15b: "...a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe". Aquele, entretanto, que seguir a Palavra de Deus na educação, experimentará o que diz Provérbios 29.17: "Corrige o teu filho, e te dará descanso, dará delícias à tua alma."






sexta-feira, 8 de abril de 2011

A RELIGIÃO OU O EVANGELHO?





Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão. Gálatas 5:1.






A religião é um presídio de segurança máxima que o Diabo inventou para aprisionar os tontos que buscam a independência de Deus. Ela dá a impressão de que você está livre, mas as suas exigências são asfixiantes. Ninguém pode viver livremente em liberdade condicional. Essa liberdade vigiada é uma mentira do inferno.




Adão se tornou um prisioneiro do pecado e a sua descendência já nasceu algemada. Não há livre arbítrio para o pecador que só pode pecar. Todos nós viemos ao mundo sob a ditadura do pecado e encarcerados ao nosso ego.




Os nossos primeiros pais foram livres antes do pecado. Eles podiam pecar e não pecar. Depois da queda, a história é outra. Nascemos pecadores ou escravos do pecado.




A religião é uma proposta que visa ao homem pecador alcançar a Deus pelos seus méritos, justiça pessoal e boas obras. Ela propõe a aceitação de Deus pelos feitos dos seres humanos que se esmeram na conduta e conquista dos seus direitos de filiação.


O evangelho é outra realidade. Ele não focaliza o que fazemos para alcançar a Deus, mas o que o próprio Deus fez para nos alcançar, salvando-nos de nós mesmos e nos libertando de nossa teomania, isto é, nossa loucura de querer ser Deus.


A religião escraviza, mas o evangelho liberta. A religião exige o cumprimento da lei como forma de nossa aceitação. No evangelho, Jesus cumpre a lei e nos atribui, pela fé, a sua justiça como a realidade espiritual de nossa aceitação. E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras: Romanos 4:6.


A liberdade é um dos patrimônios mais preciosos dados pelo Pai, o Deus de toda a graça, aos seus filhos amados, que caminham em plenitude rumo à Nova Jerusalém. Nenhum filho de Abba pode andar neste mundo, alegremente, como um bem-aventurado, sob um regime de custódia ou aprisionado em uma gaiola de ouro. Ninguém pode ser feliz vivendo em cadeias de grades de ferro ou em grades invisíveis.






Apresento esta lenda chinesa como uma ilustração bem interessante, para que você possa avaliar os sistemas de aprisionamento usados pela religião, em nome do amor, a fim de sufocar as pessoas que pretendem mantê-las em cárceres apertados. Considere este assunto com toda atenção, pois é preferível um pássaro voando a um bando aprisionado.






O ROUXINOL E A GAIOLA DE OURO






Conta uma antiga lenda chinesa que certo dia o Imperador, passeando pelos jardins do palácio, ouviu cantar um rouxinol. E era tão lindo o seu canto, que as cores pareciam tornar-se mais vivas e o mundo mais belo.




Encantado, determinou que o pássaro fosse capturado e levado ao palácio, para que pudesse ouvi-lo cantar em todas as horas do dia; e que os mais hábeis artesãos recebessem os metais mais preciosos e as gemas mais raras, para que pudessem construir a mais rica gaiola que já se viu neste mundo.




Assim se fez. E ao pássaro extraordinário foi reservado um local de honra, no palácio, onde a esmerada iluminação fazia refulgir todo o esplendor da magnífica gaiola.




Entretanto, o rouxinol definhava a cada dia. As suas penas, antes brilhantes e vistosas, tornaram-se opacas e nunca mais se ouviu o seu canto.




O Imperador ordenou, em vão, que lhe fossem trazidos os mais atraentes e saborosos petiscos, que com as próprias mãos ofertava ao pássaro amado.




Um dia, o rouxinol fugiu. E nem todos os emissários do império, enviados pela China inteira, foram capazes de encontrá-lo novamente.


Então a tristeza dominou o Imperador, minando as suas forças. Em pouco tempo viu-se o poderoso regente preso ao leito, dominado por misteriosa e persistente doença. Fizeram de tudo e de nada adiantavam os remédios receitados pelos maiores médicos do mundo, que para curá-lo, foram chamados.


E veio uma madrugada em que, em meio ao delírio da febre, julgou o Imperador ver ao pé de seu leito o rouxinol.


Queixou-se, desvairado: - Ingrato, eis que te dei tudo de mim! Dei-te a gaiola mais rica que jamais existiu, o melhor lugar do palácio e até mesmo os melhores petiscos do mundo, com as minhas próprias mãos!Eu te amava e mesmo assim me abandonaste!


Respondeu-lhe o rouxinol: - Dizes que me amavas… e, mesmo assim, era mais importante a tua vaidade. Para que todos pudessem ver e ouvir o pássaro maravilhoso que possuías, me encerraste em uma gaiola, ao teu lado, privando-me de tudo que eu mesmo amava. Julgas, acaso, que a gaiola mais rica possa substituir a beleza e a imensidão do céu? Ou que os esplendores do palácio me sejam mais agradáveis que voar livre entre as flores, vendo a sua beleza e respirando o seu aroma, sentindo o calor do sol e o orvalho fresco da manhã?


Certo é que me alimentaste com as tuas mãos e que para mim procuraste os petiscos que melhores julgavas. Mas como podes acreditar que me fossem mais saborosos que os alimentos por mim mesmo escolhidos e por meu próprio bico colhidos?


Porém, não me cabe julgar-te. Sei que é assim entre os homens; o que chamais amor não é senão a satisfação das vossas vontades. Em nome do que dizeis sentir, buscais acorrentar a vós aquele que jurais amar; e não acreditais que alguém vos ame, a menos que se curve a vossos desejos, esquecendo as suas próprias necessidades. O que chamais “dor de amor” é, na verdade, o vosso egoísmo contrariado.


Deixa-me, apenas, mostrar-te o que é o amor. Porque, embora os emissários que enviaste para capturar-me não me tenham encontrado, eu jamais me afastei de ti; escondi-me em um arbusto do jardim, de onde, às vezes, podia ver-te, sem que me visses.


E renunciei ao canto, que me denunciaria, para desfrutar da liberdade.


Entretanto retorno, agora que precisas de mim. E apenas te peço que não tentes prender-me, ou o amor se perderia na revolta. É certo que não estarei contigo todo o tempo que quiseres, mas hás de ouvir-me sempre que me for possível.


Deixa-me cantar para ti porque te amo, não porque assim o desejas!
Raiava o dia. E o Imperador, já melhor da febre que o castigara, julgou ouvir um som maravilhoso que se espalhava pelo quarto, trazendo de volta a alegria e as cores da vida. Abriu os olhos para a luz do amanhecer, como se os abrisse para a esperança.

No parapeito da janela, cantando como nunca, estava o rouxinol.


A religião é a gaiola de ouro. É o lugar da clausura e da tristeza, enquanto o evangelho é a liberdade do Jardim da ressurreição Jesus Cristo. Se você canta acuado, o seu louvor é um lamento. É horrível ver crente religioso cantando sob pressão.


Pouca coisa diz tanto como o canto livre do passarinho liberto. Se você é de fato um filho de Abba, você faz parte do coral alforriado que adora com liberdade, sem medo de ser um bem-aventurado. Felizes são os que vivem fora das gaiolas como rouxinóis diante do trono de Sua Alteza, o Rei dos reis. Aleluia