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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sabedoria infinita - John Owen (1616-1683)

 


Sabedoria infinita é parte da natureza divina e fonte de todas as obras gloriosas de Deus. "Mas onde se achará a sabedoria? E onde está o lugar da inteligência?" (Jó 28:12). Podemos ver a sabedoria pelos seus efeitos, cujo maior deles é a salvação da Igreja. O apóstolo Paulo foi chamado "A demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus" (Efésios 3:9-10).

A sabedoria divina que vemos ao nosso redor no mundo criado, mesmo sendo grande como é, ainda é pequena se for comparada com a sabedoria de Deus tornada conhecida a nós através de Jesus Cristo. Mas, apenas os crentes vêem a sabedoria de Deus em Cristo; ela não é vista pelos incrédulos (I Coríntios 1:22-24). Se formos bastante sábios para ver essa sabedoria claramente, teremos um "gozo inefável e glorioso" (I Pedro 1:8).

Devemos, também considerar o amor de Deus como parte da nature¬za divina, "porque Deus é amor" (I João 4:8). As melhores idéias dos homens são imperfeitas e afetadas pelo pecado. Pensam que Deus é in-dolente ou alguém que é simplesmente como eles mesmos (veja Salmo 50:21). Aqueles que não conhecem a Cristo não imaginam que apesar de Deus ser amor, a Sua ira "se manifesta do céu sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça" (Romanos 1:18).

Como, então, podemos conhecer o amor de Deus e ver a Sua gló¬ria nele? O apóstolo nos diz: "Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou o seu filho unigênito ao mundo para que por ele vivamos" (I João 4:9). Esta é a única evidência dada a nós de que Deus

não tivesse vindo para nos mostrar a verdadeira natureza e atividade do amor divino. Aqui vemos como Cristo é belo, glorioso, e desejável, porque Ele é quem mostra que Deus é amor.

Ver essa glória é a única maneira possível para obtermos santidade, conforto e preparação para a glória eterna. Considerem, então, o que Deus tornou conhecido sobre Si mesmo por meio do Seu Filho, especial-mente a Sua sabedoria, amor, bondade, graça e perdão. A vida de nossas almas depende destas coisas. Como o Senhor Jesus é o único caminho para essas bênçãos. Ele deve ser sumamente glorioso aos olhos dos crentes!

Há aqueles que olham para Cristo como um grande professor, mas não como a única expressão do Deus invisível. Mas se vocês têm um desejo por coisas celestiais, eu lhes pergunto: "Por que amam e confiam em Cristo? Podem dar uma razão para a esperança que existe em vocês? A razão seria porque vocês vêem a glória de Deus manifestada através de Cristo e as bênçãos da salvação que de outra forma estariam escondidas eternamente de vocês?" Há uma promessa para os dias do Novo Testa-mento que "Os teus olhos verão o Rei na sua formosura, e verão a terra que está longe" (Isaías 33:17).

O que é esta beleza de Cristo? Ela significa que Deus está nEle e que Ele é o único representante da glória de Deus a nós. Quem pode descrever a glória deste privilégio que nós, nascidos nas trevas, e destinados a ser jogados nas mais profundas trevas, pudéssemos ser trazidos até essa maravilhosa luz? "Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo" (II Coríntios 4:6).

A incredulidade cega os olhos do entendimento das pessoas. Mesmo entre aqueles que dizem ter um conhecimento de Cristo, há apenas alguns que realmente entendem a Sua glória e que são transformados em Sua semelhança. Ninguém jamais se tornará semelhante a Cristo simples-mente por imitar as Suas ações. Somente uma experiência da glória de Cristo é capaz de tornar um crente semelhante a Cristo.

A triste verdade é que os melhores de nós não desejam gastar o seu tempo pensando seriamente neste assunto. Pensamentos a respeito da glória de Cristo são muito elevados e muito difíceis para nós. Não conseguimos nos deleitar por muito tempo neles sem que fiquemos tristes e nos desviemos deles.

Não somos espirituais e os nossos pensamentos e desejos estão misturados com outras coisas. Se apenas nos despertássemos para crer nas "coisas que os anjos desejam perscrutar", a nossa força e entendimento espirituais estariam crescendo diariamente. Então demonstraríamos mais da glória de Cristo pela nossa maneira de viver e até a morte seria bem vinda a nós!   John Owen (1616-1683)

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