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segunda-feira, 2 de junho de 2014

CRISTO: O suprimento para nossas necessidades




Paulo em 1 Co 10:11 diz: “Estas cousas lhes sobrevieram como exemplos, e foram escritas para advertência nossa, para nós outros sobre quem os fins dos séculos tem chegado”.

Antes, nós estávamos no Egito. Todo aquele que foi remido pelo sangue de Cristo já esteve no Egito, o qual representa três coisas: 1 – Prazer sensual, alhos e cebolas, 2 – Escravidão, o feitor, os tijolos e 3 – Angústia da Alma, as cidades-celeiro.

Suponho não haver um crente que não se lembre do prazer sensual, da escravidão e da angústia da alma. Deus nos livrou de tudo isto. Livrou-nos quando trouxe Cristo da morte à ressurreição, e livrou-nos quando cada um de nós se refugiou sob o Cordeiro Pascal, pelo sangue. Que momento abençoado aquele quando colocamos o sangue nas ombreiras da porta, e Deus o viu. Fomos então remidos, e com alegria saímos da terra da escravidão.

De pé, às margens do mar vermelho, repetimos o hino de Miriã – regozijamo-nos em Deus nosso salvador. Deixamos tudo para seguir a nuvem, sob a qual nos refugiamos dia e noite. Dependíamos de Deus para tudo – para a água que jorrou da rocha, e para o maná que caia no deserto. Que dias felizes aqueles, logo depois que fomos remidos, quando, conscientes da libertação, andamos com Deus nos primeiros momentos após nossa conversão!

Depois chegamos ao Sinai. Ali, adquirimos u  novo conceito de santidade de Deus, e dissemos com todo o fervor e sinceridade: “Tudo o que falou o Senhor, faremos”. Mas o nosso gozo começou a diminuir porque mesmo procurando guardar a lei de Deus, caímos constantemente no pecado que detestávamos. Passamos pela experiência que é relatada no sétimo capítulo de Romanos. Seguindo o homem interior, amávamos a lei de Deus, mas quando queríamos cumpri-la, não conseguíamos. Estávamos como homens que se recuperam de uma doença prolongada; sabem andar perfeitamente, mas quando tentam faze-lo, cambaleiam e acabam indo ao chão.

Após algum tempo nesse lugar, ouvimos a ordem de Deus para marchar, e depois de alguns dias chegamos à Cades-Barnéia, que está na fronteira de Canaã. Em Cades, a planície se estende até a aridez do deserto; atrás está o Egito e à frente, a Palestina. Foi em Cades que os espias chegaram com os cestos cheios de frutos que haviam colhido na terra prometida – uvas, romãs, frutas suculentas e doces. Em Cades provamos dos frutos e dissemos: “É boa a terra”.

Muitos já estiveram em Cades. Em conferências ou palestras, homens que já entraram na terra prometida, distribuíam – em seus sermões e livros – estas destas de frutas, e você disse: “É tudo muito bom”. Mas em vez de prosseguir, e atravessando a fronteira, passar a viver na terra, você preferiu...


VOLTAR AO DESERTO

Porque Israel parou ali? Porque não creu em Deus. É verdade, que eles criam que Deus poderia levá-los a Canaã. Criam no Deus do passado, mas não criam no Deus de cada momento. Tinham um coração descrente e assim Israel separou-se do Deus vivo.

Você acredita no Calvário, mas não na ressurreição. Crê no Cristo que morreu, mas não no Cristo que ressuscitou e está vivo. Você crê na conversão como um fato consumado no passado, mas não sabe que aquele que o converteu está sempre preparado para levá-lo à terra do descanso, e conservá-lo lá.


O deserto representa três coisas

1. Em primeiro lugar inquietude; um povo remido, mas inquieto. Há um capítulo em Números que conta ter o povo mudado de acampamento trinta e três vezes. A sua vida também tem sido assim por muitos anos, para lá e para cá, experimentando esta igreja e aquela, este pastor e aquele, mas sabendo o tempo todo que não entrou no descanso de Deus.

2. Em segundo lugar, o deserto significa descontentamento; eles murmuravam. E como é descontente a sua vida! Você tem dinheiro, amor, um ambiente feliz, mas sempre há alguma coisa que você quer mudar. Descontentamento! Se for verão, é muito quente; se for inverno, está frio demais. Se você tem amor, quer dinheiro, e se tem dinheiro, quer amor. Corre para lá e para cá, cheio de inquietação, murmuração e descontentamento. Está tem sido sua vida cristã.

3. Em terceiro lugar, o deserto significa olhar para trás, com vontade de voltar. O povo havia saído do Egito, mas ainda estava com o pensamento lá.

A sua vida também é assim. Você saiu do Egito, mas volta a aproximar-se dele o mais que pode; espreita e vê as paixões e pecados do Egito e, embora não esteja lá, deseja voltar. Você é crente, mas o descrente tem uma vida melhor que a sua, porque o homem mundano nunca viu o que você tem. Ele vive satisfeito, mas o que você tem de religião, é suficiente apenas para torná-lo infeliz.

E depois? Depois, você chega ao Jordão. Os poetas nos levam a considerar o Jordão como morte física; mas esta idéia é errônea. Para Deus, o Jordão simboliza a morte, mas não a morte do corpo, antes a morte da vida centralizada no ego. Não creio que o “eu” morra. Não creio na exterminação do ego, mas creio que podemos chegar à cruz, ao Jordão, e colocar a morte de Cristo entre nós e nossa vida passada. Atravessamos o Jordão quando nos identificamos com a morte de Cristo, e somos sepultados com ele à semelhança de sua morte. Depois disto estamos na terra de Canaã.

Em Cades, você apenas via a terra; agora já está nela. Você não sente muita coisa. Pensava que iria sentir um grande gozo, mas isto não ocorreu. Você está calmo e quieto. Não importe. Pode-se atravessar o equador sem o saber. O equador está marcado no mapa, mas não no oceano, e é possível atravessá-lo sem saber. Sem emoção, sem grande arrebatamento, dependendo do Espírito Santo para sua realização, você passou o Jordão e está na terra.


O QUE É A TERRA?

A terra é Cristo, Canaã é Cristo. Ele é a terra prometida. As montanhas são o seu poder. Os vales são sua humildade. As fontes são a sua alegria. Os rios são o seu Espírito Santo. Os tesouros são sua riqueza. Essa terra – olhe para ela! É toda sua. É Cristo, em você, e você em Cristo – isto é o paraíso.

Temos a prova disto em Hebreus 3:14, “Porque nos temos tornado participantes de Cristo”. O terceiro capítulo de Hebreus narra a experiência do deserto. O quarto capítulo versa sobre o tomar posse de Cristo; e o apóstolo diz que os que crêem se tornam participantes de Cristo. Cristo em nós, Cristo ao redor de nós, Cristo na glória! Quero falar disso.

A primeira coisa a fazer é conquistar a terra. Lembro-me de que, certa vez, alguém me disse que uma família americana podia comprar ou obter do governo uma fazenda no oeste. A família ajuntava suas coisas e viajava para lá. Chegando nos limites de seu terreno, o pai deixava o resto da família, enquanto passava a percorrê-lo. Subia a montanha e olhava para lá, para cá, para o rio e para as montanhas; tudo era deles. Andava para lá e para cá. Dizia a si mesmo: “É boa a terra”. Voltava e dizia a mulher: “Mulher, conseguimos uma ótima propriedade”.Esta era a primeira coisa que ele fazia.
Em segundo lugar, ele cortava a madeira, fazia umas estacas, cercava uma parte e passava a cultivá-la. No ano seguinte, aumentava um pouco a área cultivada, até que ao final de vinte anos tinha todo o seu território cultivado.

Agora venha comigo. Suba esta montanha, a montanha do ensino do Espírito Santo e façamos duas coisas: 1 – Vamos conhecer Cristo e cercar um pouquinho de Cristo e 2 – vamos tomar posse dele. Amanhã afastaremos um pouco os postes e cercaremos mais um tanto de Cristo, e dia após dia, semana após semana, cada vez mais e mais. Nem mesmo ao chegarmos à eternidade você conseguirá colocar uma cerca nos limites da plenitude de Cristo, porque, mesmo que vá o mais longe que puder, Cristo ainda será eternamente mais.

Agora vejamos o que Cristo é. Vejamos 1Co 2:12. “Para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente”.

Dizem que um certo senhor, para ensinar honra, verdade e confiança aos filhos, deixava na sala, uma quantia em dinheiro suficiente para o uso de toda a família. Se a mulher precisava de dinheiro, ela o tirava de lá; se os filhos precisassem de dinheiro, eles tiravam-no de lá. Qualquer necessidade que houvesse na casa era suprida com o dinheiro daquele depósito. Assim, Deus pôs em Cristo Jesus, tudo o que a alma possa necessitar: “Vá buscá-lo. É todo seu”.

Você é triste? Em Cristo há alegria. Você está sendo tentado? Em Cristo há socorro. Você está fraco? Em Jesus Cristo há grande poder. Recordo isto, entretanto, porque talvez você pense que Deus dá isto ou aquilo, fora de Cristo. Deixe-me esclarecer, então. Você tem, em Cristo, tudo o que quiser; ele é o suprimento para todas as suas necessidades, e assim você é abençoado com toda a sorte de bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Tudo o que você precisa, está em Cristo. E eu acho que é muito bom ter necessidades, só para descobrir o que há em Cristo.

Lembro-me de que, quando era menino, minha mãe sempre me dedicava atenção especial quando eu estava desanimado, fraco, doente ou cansado. Às vezes, eu fingia um pouco, porque assim ela fazia tudo por mim. É quando você está cansado, quando sua fé diminui, e suas esperanças estão desaparecendo, e você não consegue nada, que Deus vem e lhe diz: “Filho, eu coloquei em Cristo tudo o que seu espírito necessita”. E embora, como Madame Guyon, você possa passar dez anos numa prisão, Cristo será amigo, conforto, força, tudo o que você quiser.

Como seria bom se todos compreendessem o que Jesus pode ser para a alma. Há pessoas que buscam a sociedade, o teatro, as festas, os prazeres mundanos ou o passado, pensando obter paz e alegria, e só conseguem ficar decepcionados! Como eu gostaria de dizer a todos que em Jesus eles tem montanhas, lagos, rios, córregos, tesouros, campos férteis, tudo enfim que a alma possa precisar para que seja abençoada! O Espírito Divino, toma as coisas de Cristo e revele-as a todo coração esperançoso!

Agora quero que você veja...


COMO PODE APROPRIAR-SE

João diz que todos temos recebido de sua plenitude e Paulo diz que aqueles que recebem abundância de vida reinarão. RECEBER.

Você sabe receber? Você diria: O senhor quer dizer que preciso orar? Não é isso. Você já orou bastante. Quero que você deixe de orar neste sentido e comece a receber. Existe muita diferença entre orar pedindo Cristo, e apropriar-se de Cristo. Deixe-me explicar. Há muitos anos, eu estava num acampamento com um amigo. Estava ainda vivendo naquele primeiro entusiasmo da minha nova vida. Certa tarde, ele disse: “Vamos conversar sobre nossas experiências”.
Lord Radstock, que estava ao meu lado, foi o primeiro convertido, dando ênfase à minha entrega total a Cristo. Do outro lado da roda, um pastor idoso levantou-se e disse: “Estou muito surpreendido que o Sr. Meyer não tenha algo melhor a dizer. Ele nos dá a impressão de que a única coisa é entregar-se e render-se. A minha religião significa receber; receber primeiro, e abandonar depois”.

Quando se tem ouro verdadeiro, abandona-se a imitação; quando se tem um diamante de verdade, quem quer saber de vidro? Receba a Cristo, e o mundo não mais o atrairá. Dê-me a luz do sol e eu dispensarei a iluminação artificial.

Ele prosseguiu: “Eu era freqüentemente dominado pelo mau humor. Era minha luta constante. Cheguei a um ponto desesperador, certa tarde, quando algumas crianças recusaram-se a ouvir a lição que eu ensinava. Estava prestes a perder a paciência quando disse a Cristo: Cristo, seja o meu bom humor”.

Em vez de lutar contra o mau humor, aquele homem apropriou-se de Cristo para ele ser sua paciência, sua humildade, sua mansidão e seu autocontrole. No mesmo instante, vi que esta experiência era muito melhor. Na manhã seguinte, ao encontrar-me com meu amigo a sós, ele perguntou: “O que você achou da conversa de ontem?”

Respondi: “Penso que marcará uma nova época em minha vida”, e ele acrescentou: “Na minha também”.

Desde então, tenho procurado viver assim, e sempre que sinto necessidade, digo apenas: “Cristo, seja isto em mim”. Este é o bom fruto da terra.

Você não quer apropriar-se de Jesus? Ele o ama; está sempre ao seu lado. Eu não falo da cruz, mas sim de Jesus, que foi crucificado. Não falo do túmulo, mas de Jesus, que ressuscitou. Não falo da ascensão, mas de Jesus que subiu ao céu. Ele está sempre com você e comigo. Não é santidade, mas é Jesus o santo. Não é mansidão, mas Jesus o manso. Não é pureza, mas Jesus o puro. Não é uma experiência, nem emoção, nem fé, mas JESUS.

Você está preocupado com a sua fé? Pare com isso! Não pense na sua fé; pense em Jesus e você terá fé sem o saber. Você está preocupado com os sentimentos. Não se preocupe porque nossos sentimentos são tão instáveis como o tempo.

Não dê importância ao que você sente, mas viva na presença de Jesus.

Jesus está diante da sua alma. Dê-lhe toda a sua vida e ele lhe dará todo o seu ser. Onde quer que você tenha que andar, não importa em que condições, se em tristezas, dificuldades ou sofrimento – ele irá também. Você tem a própria fonte em si. Não é preciso levar o balde a nenhuma outra fonte. Você tem Jesus no coração, uma fonte que salta para a vida eterna.

Como você é rica, alma que passa o Jordão e entra na boa terra do descanso!

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Extraído do livro “Christ-Life for the Self-Life” – F. B. Meyer

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